Murphy Days

Murphy – o Rei do Hamburger

Escrito por Rose Carreiro

Era sexta-feira. Mas não era uma sexta-feira 13, então eu não via porque Murphy poderia me assombrar. Aham, Cláudia…

Era sexta-feira. Mas não era uma sexta-feira 13, então eu não via porque Murphy poderia me assombrar. Aham, Cláudia…

O Homem do Futuro estrearia nesse dia, eu, fã de Wagner Moura, não poderia perder a estreia. De fato, não perdi, mas Ele, o meu Voldermort, o meu Beetlejuice, bem que tentou atrapalhar. E olha que eu fiz tudo certo: comprei os ingressos pela Internet e paguei mais caro pra não perder tempo na fila; escolhi uma sessão que me dava quase duas horas de folga pra comer antes do filme e ainda comprar umas guloseimas; saí do trabalho praticamente no horário (10 minutos são tolerância)…porém, eis que meu digníssimo e não menos azarado noivo resolve mudar a linha do tempo e ao invés de aceitar um Mc Donald’s maroto, ele profere a frase que mudaria nossa noite: vamos comer no Burger King?

Eu tinha certo receio do BK desde o dia em que, no aeroporto em Orlando, o hamburger tinha acabado. Nesse dia, eu driblei Murphy e comi pizza – mas Ele não perdoa, então voltemos ao causo:

Lá estava eu (e Jane, diria Leslie Nielsen), na fila do Rei do Hamburger, escolhendo um sanduíche caro, que acompanharia um refil de refri aguado, e na hora de pagar – tcharam! (Insira aquela voz fininha de Tico e Teco aqui) _Moça, o sistema travou.

Depois de 10 minutos tentando debitar o valor da compra, eis que Tico e Teco disseram:_senhora, já registrei o pedido, mas o débito não funciona, a senhora teria outra forma de pagamento?

A partir de agora, citações e diálogos devem ser lidos com aquela voz fininha de Tico e Teco

Nesse momento, uma burrice descomunal tomou conta do meu ser, er, er, dia a dia, pouco a pouco, já estou ficando louco…e eu disse: tenho, mas quero perder o filme, então vou ficar aqui tentando passar o cartão…mentira, eu idiotamente respondi: só se eu for no caixa sacar o dinheiro.

Tudo que eu poderia fazer era dar uma banana pro caixa e retomar meu destino rumo ao CBO..mas eu, em minha total demência e com dó do atendente, fui sacar a p*rra do dinheiro. Atravessei o shopping pra achar um caixa do banco feito pra você, e quando cheguei lá ainda me deparei com os tiozinhos do carro-forte fazendo fila. Tive de ir pro 24 horas, ainda tomei um puta susto com a nota nova de R$50,voltei correndo, meu lanche não estava pronto – ao que Tico e Teco perguntam: e aí, deu certo? – , a Coca-Cola que o digníssimo tomou estava horrível, meu suco já havia esquentado e a gente tinha uns 20 minutos pra comer e dar o fora dali.

Felizmente, engolimos os sanduíches e fomos à beira de uma indigestão, mas em tempo, pro cinema. Lamentei não ter comido calmamente um CBO, chorei copiosamente e comprei uns chocolates pra me consolar. Dessa vez, deu tudo certo, vimos o filme sem maiores intervenções Murphyanas, a Alinne Moraes morre no final..rá! just kidding, e eu não vomitei meu Tendercrisp…por pouco.

Imagem: @mboitata

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.

2 comentários

  • Meu Murphy trabalha no McDonald's. É um gordinho, estranho e feio, como todo atendente de lanchonete, que sempre erra meu pedido ou esquece de me dar o troco. Às vezes eu peço uma coisa, ele confirma três vezes se é alguma outra coisa e eu no fim digo “Ah, traz o que você quiser aí…”. O foda é que o Mc onde trabalha o gordinho é o único bem perto do meu trampo, então, como é que eu posso me livrar das garras desse amor gostoso? Comendo no Habib's? Thanks, but no, thanks.