Murphy Days

Vivo – sinal de Murphy

Eu deveria escrever sobre como Murphy mostrou toda sua onipotência no mês do meu aniversário e me doutrinou à crença do inferno astral. Porém, tempo escasso e frustação de sobra, vim divagar a respeito do mal que assola a modernidade: o telefone celular.

Mimimi nossos pais viviam melhor sem ele, bla bla bla é um mal necessário, f*ck you! Eu preciso de um telefone celular porque fui induzida a isso, assim como todos vocês. Que ele causa câncer, falência, apego material, tudo isso nós sabemos. E também sabemos que, como rege a Lei Murphyana, sempre que você precisa usá-lo, a bateria acaba, o sinal se perde, e o serviço de tele-atendimento te deixa de orelhas em carne viva de tanto esperar. Sem contar que ele sempre vai tocar de manhã num feriado com alguma secretária querendo emissão de passagens.

Até aí, acontece com qualquer um. O que não acontece com qualquer um é receber uma conta com serviços que você não contratou. Bem vindo ao meu mundo: chegou a fatura da Vivo com uma despesa de “serviços de terceiros – seguros e outros serviços” no módico valor de R$ 5,99. Mas esperta que sou, sei que, uma vez que eu aceite pagar esta merreca, até o fim dos meus dias a operadora vai me mandar uma cobrança disso. Me propus (depois de muita insistência do digníssimo) a contatar a operadora e solicitar o cancelamento.

Em, Brasília, a Voz do Brasil já estava no ar. E eu no telefone aguardando o atendimento. Meu azar é tanto que minhametadedalaranja ligou depois de mim e conseguiu ser atendido primeiro. Explicado o caso para a atendente, como era de se esperar, fui repassada a outro setor. Meia hora de espera e me atendeu uma mocinha simpática, que, ao ser informada de que eu queria cancelar um serviço que eu não solicitei, perguntou, com aquela voz de Tico e Teco: _Mas a senhora não solicitou o seguro?

Prendi a respiração e esganei o cão raivoso que estava pra sair pela minha garganta e falei que não, eu não havia solicitado seguro nenhum. Mais alguns minutos em espera e a atendente me informou que havia contestado a cobrança, mas que eu teria que ligar para a empresa de seguro, explicar que eu não havia pedido nenhum contrato de serviços e então solicitar que cancelassem a cobrança. Me passou o número de telefone e informou que o funcionamento da empresa era das 08 às 20 horas. Protocolos e toda aquela lenga lenga depois disso, finalmente terminei a chamada.

Deve ser isso o que eles fazem…

Gastei uma hora do meu dia, com fome, sem tomar banho, resolvendo um problema que eu não criei, e hoje aguardo as cenas do próximo capítulo, já que terminei a ligação depois das  oito da noite. Fui jantar depois disso e ainda passei mal por ter ficado muito tempo sem comer.

Murphy, eu quero que risque meu nome da sua agenda.

Fonte da imagem: Biscoitos Sortidos

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.

1 comentário

  • Uma vez, a Brasil Telecom (hoje Oi) começou a mandar uma cobrança de um modem 3G (que eu nunca havia solicitado e nem havia recebido) para a minha casa, no valor aproximado de R$ 50.
    Foram exatos nove meses de briga pelo telefone. Toda vez me prometiam que a cobrança seria cancelada e a fatura, extornada. Mas, no mês seguinte, estava lá o inferno de novo.
    Até que, de tanto não pagar, veio uma daquelas cartinhas avisando que seríamos incluiídos no Serasa.
    Resultado: só depois de ir ao Procon a situação se resolveu. Levou um ano…

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