Murphy Days

Murphy x a dona-de-casa – Reloaded

Escrito por Mayara Godoy

Ser dona-de-casa é uma tarefa desafiadora e potencialmente difícil.

Costumeiramente, diz-se que, quando estamos com azar, é porque “levantamos com o pé esquerdo”. Superstições à parte, eu não acredito que meu dia seja definido pelo lado da cama pelo qual me levanto, ou por qual pé eu ponho primeiro no chão. A minha vida é dividida da seguinte forma: tem dias em que tudo dá errado e tem dias em que nada dá certo.

Já comentei aqui que me mudei recentemente e desde que resido no apartamento novo, tenho me esforçado ao máximo para dar conta de todos os afazeres domésticos de maneira que minha casa esteja sempre limpa, cheirosa e arrumada. Mas… (percebem que sempre tem um “mas”, né?) Murphy está sempre ali, vigilante, transformando meus dias em verdadeiras provas de resistência — e não ganho nenhum prêmio depois disso.

Dia desses, finalmente, comprei uma tábua de passar roupas. Cheguei em casa like a boss. “Agora, sim! Vou poder passar roupas sem ficar morrendo de dor nas costas depois!”, pensei — antes eu passava a roupa na mesa de jantar, que é muito baixa, o que prejudicava consideravelmente a minha coluna, que já é zoada, diga-se de passagem.

Pois bem, como uma boa dona-de-casa que sou, resolvi estrear minha nova aquisição. Passei aproximadamente umas oito peças de roupas até que (tcharãn!) vem Murphy, com sua mão invisível, dá um chacoalhão na tábua e consegue a façanha de me fazer derrubar meu ferro de passar novinho no chão! Claro que ele poderia ter simplesmente caído sem nenhum dano mais grave. Poderia só ter sofrido uns arranhões… Mas, não. Não comigo.

Um ferro de passar pode ser uma arma, na mão de pessoas não-habilitadas…

A queda rachou por dentro o reservatório de água. E, quando fui perceber, meu ferro de passar estava no chão me olhando com cara de forever alone e se afogando.

Nessa confusão toda — verifica se o ferro está inteiro / cuida para desligá-lo da tomada sem ser eletrocutada / enxuga o alagamento na casa —, quase esqueci no forno meu bolo de cenoura. Por um minuto ele não virou um grande pedaço de carvão.

Portanto, minha gente, não adianta levantar com o pé direito, evitar passar por baixo de escadas, desviar de gatos pretos, esfregar arruda na cara, se você tiver nascido sob a regência do Planeta Murphy.

Sobre o autor

Mayara Godoy

Palestrante de boteco. Internauta estressada. Blogueira frustrada. Sarcástica compulsiva. Corintiana (maloqueira) sofredora. Capricorniana com ascendente em Murphy. Síndrome de Professor Pasquale. Paciente como o Seo Saraiva. Estudiosa de cultura inútil. Internet junkie. Uma lady, só que não. Boca-suja incorrigível. Colunista de opiniões aleatórias. Especialista em nada com coisa nenhuma.

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