Murphy Days

O que acontece com Murphy em Vegas…

…vem pro Murphy Days.
    Pois é, faz uma semana que voltei de Las Vegas. Você deve estar pensando, com uma ponta de inveja, que minha vida no ramo do turismo é beleza pura. Pode não ser pura, mas é uma beleza receber um convite da sua chefe pra participar de um evento, com tudo pago, nessa Disney Adults Only. Só que Murphy cobra seu preço, por isso eu venho aqui…eu venho aqui, me deito e falo, pra você que só escuta, não entende a minha luta… – diria Roberto Carlos.
    Tudo começou com um atraso. Atraso para embarque no voo internacional que, caberia aqui uma piada, me levaria para Houston, We Have a Problem, antes de seguir para LAS. Acontece que depois de uns quarenta minutos, fomos chamados para embarcar (fui “selecionada” pra ter minha bolsa e meus sapatos revistados) e no avião o ar condicionado não funcionava. O comandante logo anuncia: Senhores passageiros, um de nossos motores não está funcionando e estamos aguardando a manutenção. O ar condicionado não está funcionando, mas é para sua segurança. Quase meia hora depois, o avião liga as turbinas e começa a taxiar, mas para antes de seguir para decolagem. Motivo: um dos computadores não funciona. Para nossa segurança, deveríamos aguardar novamente a manutenção e ficar sem ar condicionado.
    É claro que eu já estava começando a achar que era melhor descer do avião se quisesse viver mais um dia, só que a companhia aérea não estava garantindo reacomodação para os passageiros e permanecia informando que o voo ia sair, era questão de tempo. Como eu tinha compromisso, fiquei sentadinha rezando pra não morrer. Alguns passageiros mais corajosos desembarcaram e, depois de mais uma hora, o computador estava funcionando. Foi aí que fomos surpreendidos novamente, pois teríamos de esperar que a bagagem dos desistentes fosse retirada do avião para então seguirmos pra decolagem. Mais uma hora de espera, calor, crianças choramingando e gente reclamando da Copa.
Também não ganhei nada…
    Decolamos sem maiores problemas, todos com os devidos f*ricos na mão, e assim chegamos a Houston com várias horas de atraso e com as conexões perdidas. A United deixou impressos os cartões de embarque de todos os passageiros que seguiriam viagem – menos o meu, que tive que entrar na fila do check in de novo antes de sair correndo pra achar meu portão de embarque.
    Cheguei em Las Vegas pensando que minha bagagem não viria, já que Murphy tinha se mostrado minha mala sem alça, mas ela chegou. Apanhei um táxi e cheguei ao hotel sem maiores problemas, e achei que Murphy tinha ficado preso na imigração. Claro que eu não me livrei dos malucos, um cara gritou comigo na rua e me perdi voltando pro hotel depois de ir ao shopping, ter de comprar um casaco porque ventava como se eu fosse sair voando, e comprar uma tomada que não funcionou para o meu telefone (é o preço que se paga por não levar adaptador).
    Acontece que a minha chefe chegou para o evento e fomos almoçar. Quando já estávamos em ponto de sair do restaurante e a garçonete derrubou uma bandeja com restos de bebida doce em cima de mim. No meu cardigã novinho, que custou US$ 50,00. Minha chefe ainda falou: isso só acontece com você! Deveria contar no blog! E cá estou.

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.

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