Esta é a tentativa número me perdi ao contar de encontrar a minha alma.
Mas como assim, todo mundo tem alma. Não tem?
Primeiro, o que será que é alma? Parece que não existe um consenso, mas todo mundo meio que quase concorda:
A Filosofia diz que é a “Entidade unificadora de todas as atividades características da vida (desde o nível orgânico até as manifestações da sensibilidade e do pensamento) e que se define em oposição à materialidade do corpo e, às vezes, a espírito”.
Já os religiosos definem como “Princípio espiritual, tido como imortal, e portanto separável do corpo material” (do homem e, para muitos, do animal).
Resumindo, é o “Conjunto das faculdades psíquicas, intelectuais e morais que caracterizam e personificam um ser humano; caráter; personalidade; psique; O conjunto de afetos, sentimentos, paixões etc. de um ser humano; o lugar virtual que os abriga”.
E foi lendo e pensando nesta coisa toda que eu inseri uma pulga atrás do cerebelo: e se eu não tiver alma?
Analisando, sou uma pessoa que não se destaca na multidão, sou o aldeão no jogo de videogame, que só fica ali parado e ninguém consegue clicar nele porque ele não tem nada a dizer, é só um carinha que está ali fazendo o seu trabalho, sem incomodar ninguém, tomando uma cerveja.
Mas e daí? Qual é o problema de viver assim, é a maioria…
O problema é que meu sonho (dizer que é um sonho ainda dá uma gota de esperança de que realmente minha alma esteja só em férias) é ser escritora. Já viram como é romântico falar de um escritor? Que ele condensa os anseios da sua alma (opa), que colocar para fora suas paixões (opa 2) e precisa gritar para o mundo tudo que ele tem dentro de si (opa 3). O misto dos 3 “opas” é que eu não sinto nenhum deles. E tudo isso virou um enorme fantasma na minha vida e, infelizmente, ele não é escritor.
E pior ainda é saber como eu cheguei: desisti de todos os meus sonhos incríveis, aqueles que fervilham com a adolescência e servem como locomotiva para a nossa vida adulta, e acho que isso fez com que minha suposta alma fosse tirar férias no Caribe. Eu entrei no automático e não existe sensação pior do que sentir que você é alguém vazio.
A vida que a maioria das pessoas leva faz mal tipo cigarro. Achamos que não é possível viver sem aquilo, que já que começou não tem mais jeito, mesma rotina, mesmo caminho, mesmos colegas de trabalho. Sobra pouco ou nada para conversar com a nossa alma, ela se sente sozinha e vai embora. Talvez alma e zona de conforto não possam ocupar o mesmo corpo, então, é hora de o senhorio resolver o problema destes inquilinos.
Este texto, além de estreia, é um propósito, é uma caça ao tesouro à minha alma Sandiego. Quem sabe, daqui a um tempo, eu não serei o aldeão que mudará o curso de todo o jogo.