Amor é prosa

Você se foi

Escrito por Patrícia Librenz

Você foi mais devastador que um tornado – chegou com força total, não tive chances de me defender e agora vejo só o rastro da destruição.

Você foi mais rápido que um tiro – entrou e saiu da minha vida sem eu sequer ter tempo de fazer algo para impedir uma coisa ou outra.

Você foi mais devastador que um tornado – chegou com força total, não tive chances de me defender e agora vejo só o rastro da destruição.

Você foi mais esquivo que um gato arisco – até queria receber o carinho, mas o medo de se aproximar demais acabou falando mais alto.

Você foi mais dedicado que o Jardineiro Fiel – mas semeou as flores sem ter a intenção de ficar para a primavera.

Você foi tão intenso quanto o verão iguaçuense – provoca a sede, faz transpirar, proporciona dias lindos, quentes e pores-de-sóis inesquecíveis.

vc se foi

Mas agora você se foi… e só me restam as lembranças de tudo o que vivemos. De tudo o que poderia ter sido e não foi. Porque você não está mais aqui.

Você se foi e levou contigo um pedaço de mim; deixou em mim um pouco de ti, e um buraco que agora começo a preencher, com livros, amigos, academia e mesa de bar. Sim, bebo para esquecer, porque se fosse para lembrar, eu colocaria uma notificação na agenda do Google.

Ademais, como eu já disse outro dia:

Assistir à pessoa que você gosta ir embora da sua vida, dói… Mas sabe o que dói mais? Bater a cabeça na parede da piscina!

E, no final das contas, eu sempre estive certa: no fundo, sabia que este dia chegaria. E chegou mesmo. Enfim, você se foi.

Então, vá… mas volte viva!

Sobre o autor

Patrícia Librenz

Mãe de dois gatos, um autista e outro que pensa que é cachorro. Casou com um veterinário, na esperança de um dia terem uns 837 animais. Gaúcha no sotaque, pero no mucho nos costumes. Radicada em Foz do Iguaçu desde 2008, já fez mais de 30 mudanças na vida. Revisora de textos compulsiva, apaixonada por dicionários. A louca do vermelho. A chata que não gosta de cerveja. A esquisita que não assiste a séries. Dona da gargalhada mais escandalosa do Sul do Mundo. Mestra em Literatura Comparada, é fã de Machado e Borges, mas ignorante de Clarice Lispector e intolerante a Paulo Coelho. Não necessariamente nessa ordem.