Eu sou o tipo de pessoa que sempre gostou de ter uma casa extremamente limpa e arrumada.
Sempre tive o cuidado de manter tudo em seu devido lugar, a louça lavada, o chão brilhando, as almofadas cuidadosamente posicionadas.
Mas, há alguns meses, isso mudou.
O cenário mudou de “casa de comercial de produto de limpeza” para “meu Deus, o que aconteceu aqui?”.
Há alguns meses, minha casa deixou de ser impecavelmente limpa e organizada, e passou a ter objetos esparramados e tapetes embolados.
Não, não é que eu tenha me tornado uma pessoa desleixada. Pelo contrário. Hoje, eu limpo a casa com muito mais frequência. Mas, mesmo assim, ela nunca está 100%.
Minha casa, hoje, tem pelos. Tem marcas de patinhas no chão. Tem almofadas roídas. Em várias ocasiões, teve xixi no tapete (entre outras coisas).
Mas, minha casa, hoje, tem um olhar feliz quando eu chego. Tem rabo abanando. Tem companhia pra todos os momentos. Tem olhar pidão querendo comida. Tem carinho em forma de lambidas. Tem brincadeira com bolinha. Tem fofura que dá vontade de esmagar.
Minha casa, hoje, não é mais impecável. Mas, em compensação, também não é mais vazia. Hoje, minha casa tem vida. Tem amor.
Foi assim que, ao decidir ter um cachorro, eu abri mão de ter uma casa perfeitamente limpa e arrumada, para ter uma casa alegre.