Pensamentos crônicos

Uma ode à gratidão

Escrito por Nathalia Karl

Este não é um texto sobre aplaudir o pôr-do-sol. Mas, pode ser, se você quiser.

Hoje precisamos falar sobre as virtudes tônicas da gratidão. Por vezes, por amor, por conveniência ou qualquer outro motivo que seja, temos expectativas, sonhos ou interesses, frustrados, ceifados ou modificados que vão de encontro, que atropelam ou são alheios à nossa vontade, real, imaginada ou inventada. Acontece. E como lidar? Agindo tal qual um animal raivoso, um abominável ser furioso ou um monge tibetano? Não sei, pois eu preferi manter aquilo que denomino de minha paz, e qualquer que seja a sua nobre escolha ela diz muito sobre você, sobre quem você é, sobre como você enxerga a vida e como ela realmente é com você. E, olha, ela vai te tratar exatamente nos moldes como você a trata, ela vai refletir em você exatamente aquilo que você é, então SEJA, mas jamais reclame. Admita.

A tal da paz existe e cabe até nas piores situações, acredite. Desde os mais involuntários espasmos, de câimbra ou orgasmo, múltiplos ou não, aquela sensação de prazer, satisfação, felicidade ou plenitude é capaz de existir. Algumas pessoas devem saber do que eu tô falando, outras talvez não façam a mínima ideia, mas tantas outras estejam curiosas imaginando e desejando experimentar essa sensação apoteótica que é tão boa, e realmente é. A sensação de paz que a gratidão oferece é inversamente proporcional ao incômodo que uma semente daninha plantada dentro do seu próprio eu pode causar. Em mim? Nele? Nela? Não, em você. Pense.

Como é bom saber que o fruto da gratidão, esse sentimento tão poderoso e que tantas graças, glórias e – por que não? – milagres opera na vida de pequenos, grandes, evoluídos e involuídos seres humanos pode ser sutilmente sentido de forma tão firme e arrojada e jamais vai estar diretamente ligado ao bem ou ao mal que você recebe de alguém, mas tão somente se apresentará como uma linda resposta, como eu disse anteriormente, de quem você realmente é, de como você enxerga a vida e de como ela enxerga você. Veja.

Então, nada melhor que aproveitar as oportunidades que passam o tempo todo sambando na cara das nossas sociedades para agradecer com paixão, em especial àquelas pessoas que tentam e por vezes conseguem nos atrapalhar não só no pessoal, mas no profissional e quiçá no espiritual. Ao invés de destilar o veneno, opte por destilar aquele feeling do tesão encubado potência dez do créu no agradecimento pela graça ou desgraça recebida. Tenho certeza que a partir daí suas noites de quinta-feira jamais serão as mesmas. Sinta.

Sejamos a gratidão que queremos receber. Sejamos esse sentimento bonito, cheiroso e gostoso que arrebata os corações. Seja.

Obrigada.

Sobre o autor

Nathalia Karl

Nathália é uma vítima de suas próprias frases mal alinhavadas que lhe rendem um retrato falado que não corresponde a realidade.
Está lançado o desafio: Se não gostarem, processem-me.