Eu já fiz várias mudanças. Algumas, por opção. Outras, por capricho do destino. E nesses vaivéns, eu aprendi algumas coisas.
Uma delas é que a Lei de Murphy nunca falha, e por isso imprevistos são completamente normais.
Também aprendi que saber pintar paredes pode te economizar um bom dinheiro na hora de entregar um imóvel alugado – e que, se você puder evitar furar as paredes, evite!
E ainda desenvolvi e aprimorei algumas técnicas de embalagem e organização de objetos.
Mas caixas, sacolas, burocracias imobiliárias e estresses de arrumação são o de menos. Em poucos dias, você já está estabelecido no local novo e possivelmente com (quase) tudo organizado.
O grande impacto mesmo de uma mudança é outro.
A grande dificuldade é aquela fase de transição em que você se sente como se não pertencesse a lugar algum. O antigo apartamento não é mais a sua casa. O novo também (ainda) não é.
E, nesse período de “limbo”, é inevitável que a gente se veja meio Viktor Navorski (personagem de Tom Hanks no filme O Terminal): como se não tivesse para onde ir, nem para onde voltar. Quando se muda de cidade, então, o desconforto é potencializado.
Tudo é novo – e excitante -, mas, ao mesmo tempo, estranho (e perturbador). É meio como quando a gente compra um sapato novo, que, por mais lindo que seja, no começo machuca muito.
Porém, vejo as mudanças como uma grande oportunidade de aprendizado. De reorganização. De reinvenção, até.
Tal qual um sapato novo, com o tempo, a nova vida vai “laceando”, vai pegando a nossa forma e ficando mais confortável.
A cada mudança, a gente vai aprendendo um pouquinho mais sobre o mundo, sobre a vida, sobre nós mesmos.
De mudança em mudança, a gente vai aprendendo a carregar consigo só o que é importante e, principalmente, a se abrir para novas possibilidades e perspectivas.
E, por mais cansativo que seja, mudar às vezes é necessário. Recomeçar é dolorido, mas é edificante. E essa experiência de reconstrução, de autoconhecimento, de evolução, de “pra tudo se dá um jeito” não se aprende na teoria.
Por isso que, depois de algumas idas e vindas, de muitos quilômetros rodados e muito empacota-aqui-desempacota-lá, eu aprendi que experiências são como plástico bolha: quanto mais, melhor!