Tentar olhar pra dentro pode ser um verdadeiro exercício de terapia. Quase sempre, esse contorcionismo gera alguns choques e muitas descobertas. Não é fácil, é bem verdade. Em um mundo em que viramos mestres em revirar os olhos em sinal de preguiça, olhar pra dentro se tornou algo raro.
Há quem prefira olhar pra si, não vale crítica minha. É justo, diria um grande irmão que a vida me deu. Acontece que é fundamental saber a nada sutil diferença entre olhar pra si e olhar pra dentro.
Quem olha pra si, geralmente, percebe o que importa pelo começo. Olhar pra si é superficial. É olhando pra dentro que a gente se resgata em profundezas. É na profundidade desse olhar cego que a agonia grita, a vaidade nos bate e a inquietação impera.
Olhar pra dentro é topar fazer uma viagem quase sempre insólita pra dentro de si. É assim que a gente pondera os sonhos, é assim que se sonha com o que perdera.
A vida é um filme que acontece dentro de nós mesmos também. E quem olha pra dentro não se apega a um frame isolado.
Olhe pra dentro e veja você.