Texto enviado pela leitora Nai Domingues
O meu amor partiu.
Me mandou embora e, como a criatura apaixonada que sou, permaneci ali aguardando migalhas do seu amor.
Fico esperando qualquer movimento seu.
Então, vem um olhar e se direciona de forma certeira até meu peito. Sou inundada por uma onda e sinto que estou naufragando em seu absoluto desprezo.
Encolho, me torno pequena.
Já não encontro meu farol de salvação, sou um barco em meio a tempestade.
Caminha pela saída e antes de sair cospe suas duras palavras:
Você já não é a mesma.
Como poderia ser? Ele levou tudo pouco a pouco.
Era como uma agulha que injetava sua droga de amor enquanto retira cada partícula minha gota por gota.
Nada me resta, sentada em minha varanda, tenho cigarros e muitas garrafas de vinho.
Entendi que foi buscar a sua claridade, a iluminação para seus dias. A escuridão ele deixou aqui, dentro de mim.
Ele se foi e na mala levou minha luz e nessa noite só resta a carcaça do que já não sou.
Mas o sol nasce todos os dias e, com sorte, um de seus raios, ao me encontrar, reflita o vazio e nesse momento o fim chegue.
E, então, surja um arco íris ao renascer.