Amor é prosa Correspondência

Michel e Letícia, você e eu, quem nunca?

Escrito por Rose Carreiro

Viralizou no TikTok e no X (Xuíter?): compilado do programa Bipolar, no episódio em que Michel Melamed e Letícia Colin têm seus primeiros flertes. O apresentador revela que se apaixonou pela atriz numa peça estrelada por ela, tudo em tom de brincadeira, mas os dois seguem com diálogos provocadores, e inteligentes, e fofos e íntimos, até o final do programa. 

Hoje, juntos há 10 anos e com um filho de 3, confirmam que tudo começou no programa do Canal Brasil. Assisti ao vídeo do TikTok. Tive vontade de ver a versão estendida. E ambos são tudo o que um filme de romance poderia ser. Tem troca de olhares, tem toque de pele, tem provocação de sentidos, tem frases de efeito. Você quer ver os dois num final feliz. Eles combinam. E, mais ainda: eles se mostram abertos.

O que acontece ali são duas pessoas abertas, uma deixando a outra entrar. Duas pessoas se permitindo conhecer melhor, e talvez até a testar “até onde vai”, sem ultrapassar o limite do flerte saudável pra forçação de barra ou importunação. 

E quem nunca viveu ou quis viver isso? Um “primeiro encontro” perfeito, um “amor à primeira vista”. Desculpe-me, beibe, mas, expondo um pouquinho mais do que já foi contado aqui sobre a nossa história, vou deixar público mais um pedaço da nossa vida. Não foi na primeira conversa (que, assim como na de Michel e Letícia, teve auditório), mas numa DAS, que eu senti aquela coisa que o Michel sentiu com a Letícia. Foi quando eu compartilhei Endless Ways, música do Anathema, nos stories do Instagram.

Anathema, banda britânica de rock progressivo, fora de atividade desde 2020, tem pouco mais de 310 mil ouvintes mensais no Spotify. Qual a chance de o meu mais novo flerte conhecer e gostar de Anathema? 310 mil em 7 bilhões? Alguém calcule. Eu aposto que foi o que você pensou também, porque a sua resposta à minha postagem foi um MEU DEUS. Meu deus, ela gosta de Anathema. Meu deus, ele conhece Anathema, a minha banda de músicas tristes. 

Endless Ways até hoje é uma das nossas músicas. E, em 2021, o artista que eu mais ouvi foi Anathema, segundo a retrospectiva do Spotify, você sabe. The Optimist, álbum que traz a faixa, foi o primeiro vinil que eu comprei. E eu nem tenho toca-discos. O logo da banda foi minha última tatuagem.

Voltando àquelas conversas de novembro, a gente estava aberto: a se mostrar, a se conhecer – e descobrir muitas afinidades, e ter muitos diálogos provocadores, e inteligentes, e fofos e íntimos. Não foi ali que eu me apaixonei por você, nem foi ali que tudo começou, mas foi ali que eu senti um frio na barriga. 

Coincidência demais, gosto musical bom demais, Anathema, um cara lindo, inteligente e atencioso, engraçado, que gostava de gatos. Baixista. Até o Fá tatuado – que você tinha e eu também. 

Michel, embasbacado com Letícia, pergunta em Bipolar “de onde vocês tiraram essa mulher?”. Eu, a cada afinidade, perguntava a mim mesma de onde vinha esse homem. Michel fala um “eu te amo” pra Letícia durante o programa, e ela ri. Eu quase falei um “eu te amo” quando a gente estava naquele quarto do Ibis do Santos Dumont, depois do Natal, um mês depois de a gente começar a namorar. Eu acho que você também teria rido.

Quase 3 anos depois, é claro que o nosso final não foi de filme, nem de programa de TV. Mas também não foi um final, felizmente. Não somos Michel e Letícia, mas tivemos nosso momento Michel e Letícia. E a plateia desse episódio vive dentro da minha cabeça até hoje, lembrando como se fosse ontem, querendo, assim como Michel e Letícia, sair do palco do cotidiano pra te encher de beijos no camarim. 

Todo mundo diz que Michel e Letícia são incríveis juntos. Quiçá foram feitos um pro outro. Que aquele foi um começo perfeito. E eu, como todo mundo, acho isso da gente. Quem nunca quis isso também?

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.

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