Um happy hour (online) que mudou minha vida

Texto enviado pelo leitor Gustavo Rodrigues

Era 30 de outubro de 2020, nem sei que dia da pandemia era, havia perdido a conta – aliás, nunca contei. Pra ser bem sincero, a pandemia e a quarentena não tiveram um impacto tão negativo na minha vida, pois eu já vinha de muitas derrotas que dariam um bom enredo de um filme de tragicomédia.

Depois de uma semana cansativa, um dia repleto de reuniões, tarefas domésticas e profissionais nessa rotina de home office, recebo a notificação: 

“O happy hour online de Halloween está para começar!”

Era algo profissional, um happy hour de Dia das Bruxas online com direito a concurso de melhor fantasia e jogo de perguntas sobre filmes de terror. Pensei “ok, vou ficar uns 5 minutinhos”. E às 18h eu estava lá online com mais uma dúzia de pessoas e, entre elas, Rose Carreiro. 

Não vou dizer que foi amor à primeira vista, até porque isso não existe. Mas, durante todas as horas seguintes, eu simplesmente não conseguia tirar os olhos daquela ruiva fantasiada de bruxa. Fiquei encantado com seu riso, seu jeito de falar e até mesmo com seu sono (é, ela dormiu durante o happy hour). 

A partir dali, trocamos dias e dias de mensagens, até decidirmos nos encontrar pessoalmente, independentemente da quarentena. Ela residia em Londrina e eu, no Rio de Janeiro. Não hesitei em nenhum momento, eu precisava muito conhecer pessoalmente aquela deusa que ocupava meus pensamentos desde aquele happy hour. Quando cheguei em Londrina e a olhei nos olhos pela primeira vez, senti um frio inexplicável na barriga. Estava muito nervoso por finalmente estar ali, com ela, e disfarçando o máximo possível.

É estranho como alguns momentos parecem ter sido há muito tempo, mas, escrevendo esse texto hoje, percebo que se passaram apenas alguns meses desde então. E é mais estranho ainda pensar que faz três meses que moramos juntos, que durmo e acordo ao lado da pessoa mais incrível e adorável que tive a honra de conhecer, que faz planos comigo, que me inclui nos planos dela, que me desmonta com um olhar e me reconstrói com um abraço. 

Tudo isso porque decidi ficar 5 minutos em um happy hour online.