Amor é prosa

Quando o amor acontece

Escrito por Bruno Zanette

O amor pode estar em qualquer lugar. Basta ter um olhar atento para encontrá-lo.

Onde pode estar o amor? Às vezes, nos mínimos detalhes. No meu caso, encontrei em uma página nas redes sociais voltada para publicações contrárias ao presidente Bolsonaro. Foi amor à primeira curtida, ao que parece.

Em pouco tempo, a conversa desenrolou, a curiosidade de um saber a história do outro foi aumentando, ao passo em que o interesse pela pessoa também crescia. Foi necessário esperar pelo encontro. Um tratamento de saúde em outra cidade exigia isso.

Apesar da diferença de idade, um casal com suas experiências de vida. Algumas não tão boas. Ao mesmo tempo, a esperança de algo novo, verdadeiro, recíproco. De preferência, tudo o que um relacionamento saudável tem direito: carinho, amor, respeito, atenção, risadas, compreensão, diálogo.

Como dizia o cantor e poeta Cazuza: “Eu quero a sorte de um amor tranquilo”. Se não é um mar de rosas todos os dias, passa longe das tempestades.

Mesmo eu sendo alguns anos mais velho, tenho aprendido muito com ela. Mais idade nem sempre significa mais conhecimento, estamos sempre em constante processo de aprendizado.

E aquela história de que tudo acontece no momento certo começa a fazer sentido. A partir de um drama particular e familiar. São nessas horas que, mesmo diante das tristezas, o amor se faz presente. No apoio, na compreensão, na demonstração de força para a relação. Um dá apoio ao outro.

Os opostos podem, sim, sentir atração. Ela é palmeirense, eu sou gremista. Ela é mais do doce, eu prefiro os salgados. Ela gosta de algumas séries, eu amo os livros. Ela tem leve tendência ao sertanejo, eu sou do rock raiz. Só tem algo que os dois concordam sem discussão, além do amor que sentem um pelo outro: é ser oposição ao presidente.

E quando a gente sabe que gosta e ama de verdade alguém? Quando percebemos que estar longe dessa pessoa faz com que os dias e as horas se arrastem longamente e nosso único propósito acaba sendo chegar logo ao momento de reencontrar a cara-metade. Vivemos um pequeno relacionamento à distância, morando em cidades vizinhas. Cada feriado e final de semana é especial, pela possibilidade de nos vermos. E lá se vão cinco meses de frios na barriga e sorrisos sinceros quando os olhares se cruzam.

Em tempos de busca por vacinas, aguardando pela vez na fila e tomando os devidos cuidados, buscamos dar uma chance para a injeção do amor. Essa é de dose única para a felicidade.

Sobre o autor

Bruno Zanette

Jornalista nascido e formado em Foz do Iguaçu-PR. Adora falar e contar histórias, por isso o rádio foi veículo onde mais trabalhou. Mas é na escrita onde costuma se expressar melhor. Gosta de um bom rock, livros, filmes e esportes (assiste bem mais do que pratica). Torce e sofre pelo Grêmio, não exatamente nessa ordem. Apesar de bem-humorado, gosta de piadas de humor bem duvidoso, e acha que a melhor maneira de rir é de si mesmo. Por isso, acredita que a própria vida poderá servir de inspiração para boas crônicas e contos. E tudo o mais que vier na telha para escrever.

Comente! É grátis!