Relacionamentos são um eterno aprendizado e, ao que me parece, a gente nunca sabe tudo. Porém, quando a gente se apaixona e se joga de cabeça nesse trem fora do trilho, naqueles primeiros instantes de felicidade absoluta, de borboletas no estômago, a gente acha que agora vai!, que finalmente encontrou “a” pessoa certa e que esse novo jeito é o jeito correto, é como tudo deve acontecer.
Porém, o tempo vai passando, os problemas vão surgindo, e a forma como lidamos com eles é que é determinante no futuro (ou não) da relação.
Eu já passei por várias situações distintas e tenho quase certeza de que vocês também já tiveram a cota de vocês de decepções e aprendizados.
Então, hoje, compartilho um pouco da minha “sabedoria” sentimentaloide, baseada em uma coleção de fossas e porres (muitas mágoas já foram afogadas em copos de cerveja bares afora) e também em muitas e muitas observações e conversas com amigos.
Os opostos se atraem? Bullshit.
Eu aprendi, por exemplo, que não importa o quão parecido você seja com o seu par, sempre haverá um motivo para desentendimento por alguma diferença de opinião. Ou de hábitos. Ou de cultura. Ou de humor. Ninguém é um clone do outro – e, aliás, que bom! Porque, se o casal souber administrar as diferenças, elas deixam de ser motivos para treta e passam a ser deliciosos aprendizados.
Mas, aprendi, também, que essa história de que “os opostos se atraem” é pura balela e é muito difícil – muito mesmo! – tentar relacionar-se com alguém que vive em um mundo completamente diferente do nosso. Em algum aspecto, é preciso que haja sintonia, que as coisas fluam fáceis, que o relacionamento não seja permeado pela constante sensação de ser um sacrifício. É preciso que um complemente o outro, e não que tudo vire motivo para confronto.
Tentar mudar o outro é besteira
Mas, muita gente teima em se relacionar com uma pessoa completamente nada a ver, e aí começa a fazer uma das maiores besteiras que se pode fazer em um relacionamento: tentar mudar o outro. Tem gente que vê tanto defeito no outro, e fica tentando, com tanto afinco, mudar o jeito da pessoa, seus gostos, suas manias – até mesmo sua personalidade!!! – que eu chego a me questionar por quê, afinal de contas, escolheu aquele ser humano, e não um que se encaixasse melhor nos seus “requisitos”.
Não existe garantia
Entre diversas outras coisas, eu aprendi que relacionamento não é garantia de felicidade. Nem de fidelidade. Na verdade, relacionamento não é garantia de nada. E, por isso, eu aprendi – da pior forma – que a gente jamais deveria entrar em um relacionamento só por entrar. Que a gente não deve começar uma relação se ela nos impõe dúvidas. Se existe pelo menos um pinguinho de vontade de continuar solteiro(a). Em suma, a gente não deveria entrar em um relacionamento como quem entra em uma loja de shopping, só pra dar uma olhadinha.
O que o outro sente também é problema seu
E, por fim, eu aprendi que relacionamentos exigem muita paciência. Dedicação. Esforços. Despendem energia. Requerem mudanças drásticas. E que, acima de tudo, exigem responsabilidade. Responsabilidade para com nossos próprios sentimentos e para com os sentimentos alheios. Que nunca deveríamos alimentar expectativas sobre algo que não pretendemos corresponder. E que, se você partir o coração de alguém, o problema também é seu, sim – e é egoísmo resolver cair fora e esperar que o outro simplesmente lide com as frustrações sozinho.
Em outras palavras, relacionamento é uma coisa maravilhosa quando dá certo, quando vai bem, quando vem pra somar. Mas pode, também, tornar-se um tormento quando a gente mete os pés pelas mãos e vira refém da situação, em vez de tornar-se cúmplice.