No mês dos namorados, o coração sempre acaba falando alto. Inventamos uma data diferente da maior parte do mundo e temos no nosso dia dos namorados uma carga pesada de incentivos e propagandas.
Acho que uma das coisas mais importantes a serem lembradas nesse período é sobre a forma. Não digo a forma no que diz respeito ao gênero de quem constitui esse amor, mas sobre o respeito aos limites e individualidades do outro ente dessa relação.
Pra quem se ama de verdade, o dia dos namorados é todo dia – até para aqueles que não são românticos, como eu. Brucutus também amam, mas aprendi com a vida que o respeito e a aceitação são as estruturas mais lindas para um namoro sólido e, quem sabe, eterno.
Não existe amor perfeito, esqueçamos isso. Existe o amor real, que sabe dos defeitos e preferências de cada parte e tenta, de forma madura, adequar essa loucura toda a um convívio gostoso, sem que se perca a tal da famosa velha chama. Quando seu namoro evolui e você namora sob o mesmo teto, você percebe se realmente já começou ou não a se adaptar ao outro. Muita gente descobre isso tarde. Mais gente ainda tem preguiça de ceder.
Libertar-se, na medida certa, daquele velho e ultrapassado sentimento de posse absoluta não é só fora de moda, mas também coisa de gente mimada. É gostoso perder a paz, sim, mas isso tem limite e modalidade razoável. Ninguém aguenta uma vida de namoros adolescentes.
Amar é um verbo que deve ser conjugado no dia a dia por opostos dispostos em fazer com que algo vá adiante. Amar não é pronome possessivo. É na liberdade de cada um que reside a escolha diária e repetitiva pela mesma pessoa, por todos os dias, até que não seja mais, ou até que seja assim pra sempre.
Namorem todos os dias, namorem sob a chuva, namorem na praia, façam algo novo pela primeira vez sempre que for possível, mimem um ao outro do seu jeito e esforcem-se para que o outro saiba que amor não é corrente e cadeado, é laço… De fita, de ternura, de respeito, de bem querer, de amor mesmo.
Deixem um pouco de lado o contexto do “somos um só” e sejam três! Você, a outra pessoa e vocês dois. Mas sejam verdade, sejam amigos e também sejam fogo. Temperem tudo isso com pimenta, mas não esqueçam da tal parceria. Assim, meus queridos, eu acredito que o caminho para um namoro longo e diário se torne bem próximo e MUITO mais gostoso.
Um pouco de loucura é bom, mas namoro louco e eterno só dá certo na novela.