Algumas vezes me pego pensando em minhas próprias mudanças. Avaliar minha evolução (ou a falta dela) é um hábito que a “maturidade” me trouxe. A grande questão é que há poucos dias atrás me peguei fazendo uma afirmação complexa pra quem sofre com meus próprios esqueletos no armário. Eu realmente me sinto uma pessoa melhor hoje.
A primeira coisa é que isso não quer dizer que eu seja bom demais em nada. A segunda é que não fui eu que promovi essa mudança, foi você.
Foi você que topou um lance com aquele moleque bipolar e meio surtado.
Foi você que resolveu apostar na confiança de alguém pouco confiável.
Foi você que topou e apoiou cada mudança, cada evolução e cada coisa sem sentido porque eu acreditava.
Foi você que incentivou meus sonhos e depositou esperanças, batalhando duro pra que eu desse certo.
Foi você que me pegou pela mão tantas vezes e sempre disse que eu tinha uma série de qualidades que nunca vou ter.
Foi você que comprou as maluquices de minha família e conquistou cada um de meus amigos.
Foi você que sempre respeitou meu romantismo inexistente, meu humor corrosivo e todas as minhas reclamações.
Cada vez que vejo tudo que comecei a fazer, que percebo o pouco do bom homem que comecei a construir em mim, me certifico de que você foi a responsável por tudo isso. Por cada tijolo do que tenho de bom hoje, mesmo não sendo tanta coisa.
O mais incrível de tudo isso é que em nenhuma dessas mudanças você me pediu ou impôs alguma coisa. Você subverteu aquele papo de mudança e me mostrou que a compreensão também muda, que a aceitação também conscientiza da mudança. Você confirmou minha teoria utópica de que se pode construir amor com respeito à individualidade. E quando você me deixou ser eu, eu fui cada vez mais você em minhas novas qualidades.
A estrada sempre continua pra nós, mas hoje eu só queria mesmo celebrar, pois pouco lembro o que eu era antes de você.