Antes que comece o santo mimimi de cada dia, quero lembrar que o João é um personagem fictício, ou não. Dito isso, vamos ao João, que é um ser, humano, como eu, como vocês, mas o que o diferencia de todos nós é a coragem de permanecer sempre “impávido colosso” diante de todas as mazelas da vida cotidiana.
João não se deixa abalar, por nada, nem por ninguém, não sofre, não se envolve, não ri da sua e nem da nossa desgraça, não sente remorso, não sente pena, não sente medo, não volta atrás.
Diz a lenda que João, o grande, é aquele que até tem sentimentos, mas ninguém sabe em que lugar estão escondidos, e nem Carmen Sandiego, com todo o seu profissionalismo, é capaz de encontrar.
Quisera eu, ser um pouco João, que gosta de Drummond, que acha que amar o perdido deixa confundido o coração, e que as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão… SÓ QUE NÃO!
Quando eu fico triste, decepcionada, com o coração dilacerado e decapitado pelas mil razões e motivos do mero existir, imediatamente corro para o espelho e nele reflete o fundo do olhar, de quem? Do João! E assim, reconheço todas as boas intenções que envolvem o imperdoável no brilho intenso do olhar que eu nunca conheci, igual.
O João não tem coração, o João é o coragem, o covarde. Ele é o João, ninguém.