Não vire brisa, não vá agora. Não vire brisa, fica um pouco mais.
Sabe, me peguei pensando nessa vontade que te dá quando teu peito aperta. Parece que qualquer coisa que se assemelhe a uma suposta responsabilidade emocional sobre mim te atinge como um fardo, como uma barra impossível de suportar. Não é bem assim, fica tranquila.
Na verdade, a gente não precisa falar muito sobre isso, mas você precisa saber algumas coisas. São simples e serei breve dessa vez, eu prometo tentar.
Brisa é bom de vez em quando, é como carinho, como um elogio corriqueiro ou um beijo rápido no meio do dia. Acontece que eu sei bem o que eu quero e o que me pegou. Tem gente que gosta de brisa, eu respeito e até entendo isso. A questão é que eu prefiro as forças da natureza.
Mesmo com a inquietude, mesmo com a incerteza, você me encantou pela força, pela energia, pela ventania que traz consigo. Pela forma como seu furacão bagunçou minha vida e me deixou assim, olha que incrível coincidência, brisado.
Aprendi a curtir e valorizar seus momentos de brisa, me fazem bem também, mas eu não quero que você vire uma brisa. Você não é passageira, mesmo que resolva ir embora. Caso da noite pro dia tudo mude novamente, a saudade ficará, assim como a marca de tudo de bom que foi vivido e aprendido.
Enquanto isso, sinta-se livre pra seguir sendo essa força da natureza que me encanta. Sigo sabendo dos riscos que corro, você sempre avisa. Pode acreditar, eu sou grandinho o suficiente pra isso.
Assim a gente segue, bem e feliz. Me preocuparei em deixar tudo o mais leve possível sempre que eu puder. Cuidando de você e do seu sorriso, como tento fazer o tempo todo. E lembrando de tampar seus ouvidos cada vez que digo te amo antes de me despedir.