Quando olho para o verão que te envolve, tenho vontade de me materializar dentro do calendário e morar nos meses em que compartilhei a raridade da sua respiração ofegante.
Parei de declarar guerra ao pra sempre e com a bandeira da paz em punho, ofereço meu reino de relações incompletas em troca do “eternamente”, tatuado em algum dos seus ombros.
Como me despedir de olhos tão falantes, que discursam entre uma piscada e outra e mantém meus ouvidos e coração abertos a noite toda? Não, o adeus não é uma opção selecionável.
Quantos lares se queimam cada vez que escolhemos colocar nossos melhores beijos em jogo? É incalculável pois nunca paramos pra pensar, só pra beijar. Só pra desafiar o relógio, só pra colecionar cada qualquer segundo dentro de uma semana com trabalho atrasado, e vontade também.
Lamento não aproveitar o exagero, por não fazer cada loucura ser justificada. Por cada abstinência de bons dias que sequer conhecemos, mas planejamos secretamente enquanto apenas catalogavamos as reações uns do outro.
Dei mais voltas no seu cabelo do que no mundo e, sem dúvida, essa é a melhor viagem que eu poderia ter feito.
Você foi as férias que se transformaram num lugar pra morar.