Amor é prosa

É dia 12. E agora?

Escrito por Brunno Lopez

Acredite, existe vida pré e pós 12 de junho. Provavelmente, as melhores coisas que você já viveu aconteceram sem que você estivesse olhando para um calendário.

Amor não é abdomem que precisa ser definido. Aliás, talvez seja um momento oportuno para deixarmos nossa fixação por rótulos de relação. Nem precisa ser amor pra ser bom pra caralho. Nem mesmo precisa ser namorado, noiva, conta conjunta e duas pias num banheiro espaçoso. Amor é só uma palavra que só tem valor quando vira verbo.

Admiro quem se livra de toda ostentação forçada em datas comemorativas. Sejam namorados ou solteiros, Netflix ou Tinder, o fato é que não se pode medir a felicidade por um dia; por um jantar marcado às 20h e que precisa acabar às 22h pois existem mais casais querendo usar a mesa para preencher o protocolo de selfies sazonais romantizadas.

Do outro lado, também não é educado disparar indiretas em metade das pessoas que um dia estiveram presentes com você, substituindo suas mãos por engradados de cerveja e frases motivacionais do estilo: “somos livres”, “ninguém espera nada de ninguém pra não se decepcionar”, “o dia é dos namorados mas a noite é dos solteiros”.

Acredite, existe vida pré e pós 12 de junho. Provavelmente, as melhores coisas que você já viveu aconteceram sem que você estivesse olhando para um calendário.

Sobre o autor

Brunno Lopez

Um ilustrador de palavras que é a favor de tudo que é do contra. Um publicitário que não faz propaganda.
Um otimista aposentado que dá um tapa nas costas da vida enquanto o resto do mundo a empurra existência abaixo.
Um compositor de letras cotidianas sob um violão desafinado.
Um desenhista de verbetes que tem muitas certezas sobre as próprias dúvidas e acredita que o amor não passa de um tapete mágico que sobrevoa as misérias humanas.