De vez em quando, a vida manda uns tropeções para nos lembrar de desacelerar. Desta última vez, foi um senhor tropeção, e eu estava de bicicleta, então digamos que o tombo foi um pouco mais grave.
O diagnóstico: um dedo quebrado, além de vários esfolados e hematomas pelo corpo. Quinze dias de repouso, o médico ordenou. (Vocês devem ter notado minha ausência aqui, né?)
Algumas pessoas podem até não achar um infortúnio tão grande ficarem quietinhas se recuperando. Mas, para uma pessoa que está sempre envolvida em mil coisas como eu, ter que ficar quieta na marra quase dói mais que os próprios machucados.
Não poder dirigir, não poder trabalhar, não conseguir usar o PC (este texto foi digitado no celular com uma mão só) me deixam mais infeliz que as dores físicas.
Mas o exercício diário, nessas férias forçadas, está sendo justamente o de desacelerar. O de aceitar que o trabalho pode continuar sem mim. Que os outros podem fazer as coisas sem a minha ajuda. Que a louça pode ficar um tempo na pia esperando para ser lavada.
Não é fácil pedir ajuda, depender dos outros, não poder tomar a frente e resolver qualquer parada. Mas é necessário.
Estou aprendendo a respeitar o tempo do meu corpo, deixar a natureza fazer seu trabalho, descansar fisicamente e mentalmente. Estou me esforçando para controlar a ansiedade e ter paciência até tudo voltar ao normal.
Enquanto isso, minha missão é uma só: desacelerar. Haja Netflix!