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Jesuton: do lixo ao luxo

Escrito por Raphaela Lourenço

Houve um tempo em que quem fazia qualquer tipo de apresentação nas ruas eram só mendigos, andarilhos ou menos afortunados, extremamente necessitados de ganhar algum trocado para sobreviver. Shows circenses, teatro móvel, dentre outros, eram a forma mais comum de vermos esses artistas que lutam para sobreviver da sua arte.

Houve um tempo em que quem fazia qualquer tipo de apresentação nas ruas eram só mendigos, andarilhos ou menos afortunados, extremamente necessitados de ganhar algum trocado para sobreviver. Shows circenses, teatro móvel, dentre outros, eram a forma mais comum de vermos esses artistas que lutam para sobreviver da sua arte.

Um diferencial muito atrativo são os cantores de rua, capazes de encantar os transeuntes com seu talento inigualável e criatividade, tanto que esses artistas usam lugares públicos comuns, hoje em dia, como meio fácil de divulgação da sua música, as calçadas sendo o seu palco.

Nessa premissa, em 2011, foi gravado um CD e DVD intitulado “Playing for Changes: Songs Around the World”, um projeto que uniu músicos de rua de diversos lugares do mundo, abrilhantando 35 faixas do CD/DVD. Destaque para “Stand By Me”, de Bem E. King, uma das primeiras músicas e uma das mais queridinhas.

Estes artistas usam as mais variadas estratégias – seja algum instrumento diferente ou a própria maneira como cantam ou tocam – para chamar a atenção das pessoas. E o fazem com louvor! Costumeiramente, quando de fato agradam aos fãs, vídeos gravados pelos mesmos são disseminados na rede. Espalhando-se nessa atmosfera tecnológica, logo o reconhecimento por seu trabalho chega.

E não é só nos Estados Unidos que os artistas de rua fazem sucesso. No Último The Voice Brasil, Priscila Tossan, que cantava em uma estação de metrô carioca, ganhou fãs por todo o país por sua voz única e particularmente deliciosa de ser ouvida.

Neste mesmo cenário, meu respeito e admiração vão para a cantora Jesuton. Ah, que mulher! A inglesa de 34 anos veio para o Rio de Janeiro em 2012 para tentar alavancar uma carreira como cantora. Na época, a sorte não lhe sorriu, começando assim como cantora de rua. Foi a opção que surgiu no momento, e a mais acertada.

Através de um vídeo feito por um dos espectadores que assistia ao seu “show”, em que Jesuton cantava “Wild Horses” do Rolling Stones, ela virou um fenômeno na internet, e assim, uma belíssima voz passou a integrar o quadro dos cantores com carreira nacional e internacional. Seu sucesso foi instantâneo. Após um mês e meio, seu palco não era mais uma calçada, e em seguida veio o contrato com a Som Livre.

 

Fico pensando no quanto as pessoas talentosas, em qualquer segmento, por vezes se desvalorizam e desperdiçam o melhor de si achando que não vão chegar a lugar nenhum. Exponha sua arte, é o maior tesouro que você carrega.

Sobre o autor

Raphaela Lourenço

Nascida em 1º de setembro de 1991 quando o rock era sensacional!

Cinéfila inveterada, rançosa por natureza, Felícia de gatinhos fofos, dramática como Emily Brontë, viciada em histórias de serial killers, jovial como Machado de Assis.

Militante de roupas plus size estampadas, sutil como um rinoceronte, escritora de literatura erótica, mas com muitíssima classe!