Há um bom tempo, tenho sentido falta daquele sentimento que deixa a gente com cara de bobo e com borboletas no estômago: a paixão.
Salvo paixonites pontuais, faz muito tempo que não tenho aquela sensação de ficar com as pernas bambas e completamente abestada por alguém.
Mas, paradoxalmente, por mais que eu queira, sempre tem um “mas”. Parece que sempre falta alguma coisa.
Às vezes, falta algo na conversa. Às vezes, falta química. Faltam afinidades. Ou faltam oportunidades para a gente se ver – em determinados casos, promoções de passagens aéreas. Há aqueles em que nitidamente falta boa vontade. Para alguns, falta sinceridade.
Eu poderia fazer uma lista de tudo o que faltou nas minhas últimas tentativas de relacionamentos românticos. Sorte, por exemplo. Ou qualquer outro motivo pelo qual não deu aquele “match” (que na vida real é bem mais difícil que no Tinder).
Mas isso não quer dizer que falte alguma coisa somente nos caras. Vai ver, falte em mim. Muitas vezes me falta paciência. Ou disposição. Ou falta comunicação (da minha ou de ambas as partes). Várias vezes, faltou entusiasmo.
O fato é que apaixonar-se não é algo racional. Ou não deveria ser. Mas, quanto mais pancadas a gente leva da vida, mais a gente vai se fechando e buscando racionalizar as coisas. O medo de quebrar a cara novamente, de acabar tudo no mesmo desfecho, um tiquinho de comodismo… enfim, tudo vira motivo para a autossabotagem.
Eu queria que acontecesse. Mas, no fim de tudo, acho que o que está me faltando mesmo é uma coisa só: coragem.