Para quem porventura ainda não saiba, o Dia dos Namorados no Brasil foi criado em 1949 pelo publicitário João Dória, e embora o slogan “Não é só com beijos que se prova o amor” contenha propositais mensagens subliminares comerciais e consumistas, podemos dizer que tal belíssima assertiva até hoje se faz ressignificar em cada relacionamento que surge.
Pois olhando a mesma frase com os olhos de um romântico poeta tuberculoso do final do século XVIII, ou simplesmente como uma pessoa, que na lista de prazeres da vida pode se dar ao desfrute de ostentar um relacionamento verdadeiramente crescido, vos digo em verdade e fé que, de fato, o amor não se prova só com beijos deliciantes, e mais: relacionamentos perfeitos também não existem.
Amados amantes, descobrir a maturidade é um dever que não se pode olvidar. E afirmo isso com convicção e experiência de quem demorou a começar a acertar as coisas porque achava que era mais fácil concordar que o Djavan estava certo quando dizia, embebido de melancolia, que “amar é um deserto e seus temores”, pois maravilhas acontecem – e só acontecem quando nos colocamos dispostos a observar o amor, o nosso relacionamento e quem está do nosso lado por outra perspectiva.
Não existe fórmula. Porém, o amor deixa de ser uma utopia quando se quer o bem e a felicidade do outro, mesmo que isto signifique abrir mão de sua presença. Quando se entende que a liberdade é para ambas as partes, que torcer pelos sonhos e realizações do outro não é somente demonstrar alegria, mas também agir de forma coerente e com sentimentos sinceros.
Então, para esse maravilhoso Dia dos Namorados, eu desejo que a vida vá além de bombons, flores e bens materiais. Que sejam os festejos do amor sempre abundantes de casais que se apoiam nas suas escolhas, que compreendem que cada um tem um jeito de ser, que sabem que ser egoísta está por fora e que, nessa matemática muito louca da vida, descobriram que quem soma deixa as coisas mais leves.
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