Existem milhões de termômetros emocionais que as pessoas utilizam para medir o quanto estão interessadas nas relações em que se meteram. A maioria se baseia em mentiras e conveniências – o que soa deveras preocupante – mas é engraçado ver o quanto elas gostam de fazer malabarismo com o que sentem (ou pensam sentir).
Uma outra parte trabalha com a ideia de gratidão, e isso me soa mais como um pagamento de dívida amorosa do que como um investimento substancial em romance. Desistir dos próprios anseios apenas pelo conforto de uma companhia está longe de ser uma atitude nobre.
Mas, entre tantas formas pouco admiráveis de escalonar um interesse, nada ainda foi capaz de superar a sensação da saudade presencial. Aquela falta que sentimos da pessoa, mesmo enquanto estamos com ela. Um lamento pela ausência que ainda não aconteceu. É secretamente pensar num até logo quando ela acabou de dizer oi.
Não existe nada mais genuíno e forte do que sentir saudade de um abraço que você está dentro. De um beijo que você participa. De um agora. De um já.
É o nível máximo de comprometimento humano. O sinal mais perturbador de que a outra pessoa conseguiu pingar seus is, cortar seus tês e transformar todas as suas interrogações em pontos de exclamação.