Responderam ou responderão os que puderem, não eu. Joguei todos os prognósticos sobre o futuro recente para o alto. É como se cada dia dessa realidade paralela cortasse em mais pedaços ou produzisse mais confete dos meus planos.
Viver o dia ou, no máximo, a semana, tem sido suficiente. Em meu privilegiado cárcere, posso trabalhar e viver, mas a cabeça vai longe quando me pergunto: “como será o amanhã?”. Prometem um novo normal, capricham – para o bem e para o mal – nos prognósticos, consultando bolas de cristais ou trazendo notícias de um tempo ainda não vivido por nós, os comuns, no futuro.
Sinto falta de minhas pequenas rotinas, distrações e futilidades. Sim, eu sei que esse tipo de problema chega a ser um privilégio. A geladeira está cheia e meus planos profissionais mais nobres devem ser cumpridos, felizmente. Só não tenho como negar que a vida normal me faz falta.
Sair do outro lado dessa crise será uma tarefa difícil e maluca. No fundo, eu acho que só vim aqui me iludir ou me distrair um pouco. Mesmo assim, prefiro perguntar pra vocês: como será o amanhã?