Divã-neando

2020

Escrito por Rose Carreiro

2020 foi um ano daqueles… muito perdemos, mas eu até ganhei alguma coisa. E alguém: eu mesma, de volta.

2020 voou. Talvez, não para todo mundo. Mas, para mim, passou rápido, ainda que intenso. Em 2020, com todas as chances de ser presa pelos obstáculos pandêmicos, eu voei. Aconteceu tanta coisa, que me pego pensando se só me abri e tudo foi vindo, ou se eu fiz acontecer. 

2020 foi um ano triste. Mas, não serei hipócrita ou sonsa. Eu fui feliz. O ano ainda não acabou, nem as boas surpresas. Em um ano em que a reclusão nos foi obrigada, me vi livre. Livre de uma caixa, de uma casca, de um estado morno em que eu mesma me mantive. 

2020 tem sido pesado. Mas, mesmo assim, achei meios mais leves de seguir a vida. Para quem começou o ano afundada em dúvidas, terminá-lo com a cabeça nas nuvens é um resultado injustamente animador para um mundo tão carregado de dor e tristeza.

2020 ficará marcado para sempre na cabeça da gente. Mas, no meu coração, ele será sempre o ano horrível mais incrível que já tive. 

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.

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