Divã-neando

Quarentela

Escrito por Breno Amaro

Na frieza das telas, buscamos o calor que a quarentena nos tirou.

Nossa vida virou uma pintura digital vista através de telas.

A gente já acorda olhando pra tela do celular.

Toma banho e começa a trabalhar olhando pra tela do computador.

Hora do almoço. Hora da tela da TV.

Mas com um olho na TV e outro no tablet, porque você é usuário de segunda tela.

E volta a trabalhar na tela do computador.

Ah, finalmente! Fim do expediente. Hora de ler um livro. Na tela do seu e-reader.

Quer saber? Hoje é dia de happy hour com os amigos. Abre a tela da videochamada.

Já é tarde. Hora de ir dormir. Liga a tela da TV do quarto.

Mas antes, deixa eu só terminar de ler este texto nesta tela.

Sobre o autor

Breno Amaro

Oi, eu sou o Breno. Carioca, redator, flamenguista, fã de surf, do Philadelphia Eagles e de Cavaleiros do Zodíaco. Faixa preta em Mortal Kombat e bi-campeão do World Series of Pavê 2015-16, comecei a escrever porque nunca aprendi a desenhar. Eu me fantasio de Ryu, de Ivan Drago e de Tigre no carnaval. Uma frase? “Trabalhe com o que ama e você nunca vai precisar trabalhar na vida, porque vai morrer de fome”. Escrevo sobre tudo o que passa na minha cabeça, sobre tudo que acontece na minha vida e, sobretudo, sobre nada. Meu cachorro se chama Bolinho.

2 comentários

  • A tela cansa, vicia, nos entope, nos conecta. Que seria de nós, isolados há tanto tempo (e seguindo sem perspectiva de vida fora da tela) se não tivéssemos a tecnologia e suas telas?
    Adorei o texto e a reflexão!

Comente! É grátis!