A completa abstenção de deslumbrar um potencial desconhecido é o retrato preguiçoso das relações que não se formam em nossa esfera temporal. Uma soberba confortável, distribuída entre perfis criados numa linha de produção – tudo e todos são igualmente previsíveis e desinteressantes – mudando apenas o nome, a foto, o login e a senha.
Vociferam sem pestanejar. Apontam defeitos que sequer estão visíveis. Deslizam os dedos pelo cristal líquido ao invés da pele. Classificam personalidades complexas em experiências artificiais. Encantam-se por janelas que não se abrem com as mãos, mas com wi-fi.
De braçadas neste raso cenário de compromisso, poucos conseguem ter fôlego para mergulhar num oceano desafiador de relacionamento real.
É muito mais simples molhar os pés e depois reclamar que não foram refrescados por completo. Querem sentir a chuva, mas só saem de casa em dias de sol.
Tantos downloads de facilitadores interpessoais encheram a memória e o saco. Não há espaço pra enxergar a linha do horizonte, só a timeline. Se o mundo gritar com oportunidades de envolvimento inesquecíveis, os fones de ouvido estarão num volume mais alto.
Mas, calma: existe um plano. E não é de dados.
O aplicativo OLHAR é nativo e você não precisa baixar.
Na verdade, é justamente o contrário: levante os olhos e veja a mágica funcionando analogicamente.