Ora fixam na pele e deixam o rastro na atmosfera, acariciando nossa memória olfativa como a mais perfumada das flores. Ora vêm e vão como tempestades de verão: caem e evaporam rapidamente, deixando para trás o leve cheiro de terra quente que encontrou a chuva gelada.
Sou acostumada com pessoas do tipo chuva de verão, que passam pela minha vida em episódios distintos e, em raros casos, duram uma temporada inteira. Embora o cheiro da chuva seja refrescante, deixa no ar a sensação de que poderia ter durado mais, ter saciado a sede das plantas e das pessoas que caminham desavisadas sem guarda-chuva.
“Talvez eu seja aquela pessoa substituta, o ser que é impossível de ser esquecido mas que também nunca é lembrado. Talvez você também seja uma pessoa substituta, todos são para alguém, pelo menos pra uma pessoa nesse mundo e algumas vezes essa pessoa é aquela que mais importa pra você.”
(Elizabethtown)
Às vezes, tudo que precisamos é de pessoas dispostas a ficar. Pessoas lírio, pessoas que sejam aquele perfume delicioso cujo aroma é aveludado e nos acaricia como uma confortável onda; como um edredom recém chegado da lavanderia, ainda quente da secadora, ao qual queremos nos aconchegar.