Depois dos 30 anos, eu percebi que muitas pessoas já conseguiram mudar o que eu sentia por elas, mas não conseguiram mudar o que sinto por mim — pois posso afirmar com convicção que, HOJE, o que sinto por mim mesma é inabalável. É indescritível esta sensação de felicidade, de quando você olha para dentro de si mesma e gosta do que vê. São coisas que somente o tempo e a maturidade proporcionam. Então comecei a pensar no quanto eu mudei nos últimos quatro anos… depois de virar balzaquiana.
Depois dos 30, a gente aprende que viajar e tirar férias sozinha pode ser surpreendente e que isso pode trazer descobertas maravilhosas sobre nossa própria pessoa.
Depois dos 30, a gente aprende que a melhor época da nossa vida é agora e que esta é nossa melhor versão de nós mesmas.
Depois dos 30, a gente aprende que, quando a gente se ama acima de tudo e de todos, ninguém consegue mudar o que sentimos por nós mesmas.
Depois dos 30, a gente aprende que, quando estamos sós, estamos na melhor companhia possível.
Depois dos 30, a gente aprende que ter alguém é fantástico, mas que o amor de outra pessoa não é a coisa mais importante nesta vida.
Depois dos 30, a gente aprende que, não importa o quão maravilhosa sejamos, nem sempre “aquele cara” estará preparado para viver ao lado de uma mulher assim.
Depois dos 30, a gente aprende que não vale a pena manter um relacionamento por preguiça de conhecer outras pessoas.
Depois dos 30, a gente aprende que o nosso comodismo custa caro, custa muito caro: custa o nosso tempo — e o tempo desperdiçado jamais voltará.
Depois dos 30, a gente aprende que desistir de algo, muitas vezes, é só para os fortes, pois nem tudo vale a nossa luta e poucos conseguem distinguir isso. Não sei nem se trata-se de uma desistência, estaria mais para uma mudança de paradigma.
Depois dos 30, a gente aprende que autoestima, autoconhecimento e autoconfiança são diferentes pontas de um mesmo nó. Uma mulher bem resolvida, segura de si, só é assim porque aprendeu a amar-se.
Depois dos 30, a gente aprende a deixar de desejar o outro quando o que desejamos está muito além do que este tem para nos oferecer.
Depois dos 30, a gente aprende que viver longe da família é dolorido, mas que isso nos faz evoluir mais rapidamente.
Depois dos 30, a gente aprende que tudo tem seu tempo certo e que, muitas vezes, é preciso dar um passo para trás para, depois, dar dois passos à frente.
Depois dos 30, a gente aprende que, não importa o quanto as coisas deram errado, sempre teremos a oportunidade de um recomeço.
Depois dos 30, a gente aprende que amigos de verdade nunca saem das nossas vidas, mesmo que a distância nos separe por anos, mas aprendemos que temos que deixar a porta sempre aberta para a chegada de novos amigos.
Depois dos 30, a gente aprende que amar o outro mais do que a nós mesmos só nos traz dor e sofrimento.
Depois dos 30, a gente aprende que mais vale viver somente com um gato e um cão e ser feliz, do que estar em um relacionamento falido só para manter o status no Facebook.
Depois dos 30, a gente aprende que um casal, para funcionar, precisa “viver como um casal”, e não como dois colegas de quarto que dividem as despesas e os afazeres domésticos.
Depois dos 30, a gente aprende que a amizade é um amor mais sincero do que o amor romântico. A amizade não exige exclusividade, a amizade sobrevive mesmo a distância, a amizade não faz cobranças sem fundamento; seus amigos nunca irão vasculhar seus e-mails, redes sociais, computador ou seu smartphone em busca de pistas de infelicidade infidelidade.
Depois dos 30, a gente aprende que praticar uma atividade física regularmente pode ser bem prazeroso.
Depois dos 30, a gente aprende que não vale a pena desperdiçar nosso amor com uma pessoa que não pode nos amar.
Depois dos 30, a gente aprende que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”, e que só algumas coisas (e raras pessoas) merecem nosso sofrimento.
Depois dos 30, a gente aprende que, não importa o quanto a Capitu seja inocente, sempre vai ter um Bentinho para achar o Ezequiel a cara do Escobar… porque as pessoas só veem aquilo que elas querem ver.
Depois dos 30, a gente aprende que é muito bom ter uma amiga de 20 (meio ‘fora da casinha’ e ‘sapatão’), só pra ter umas histórias para contar e rir um pouco da vida.
Depois dos 30, a gente aprende que, não importa o quanto alguém nos feriu e o quanto estamos desacreditas do amor, sempre poderemos nos apaixonar de novo e nos estrepar de novo. Mas, tudo bem, afinal, superar uma desilusão está bem mais fácil agora, depois que aprendemos tantas coisas.
Depois dos 30, a gente aprende que ser feliz só depende de nós mesmas.