Eu gosto de gente com o cabelo esquisito, que usa chapéu, cachecol, casaco colorido, que combina padrões, texturas e estampas, que tem samba no pé e que gosta de rock and roll all night and party every day.
Eu gosto de gente que fala, que ri, que chora, que filosofa quando bebe e quando tá sóbrio também, de gente que abraça apertado, de gente que canta, que escreve, que pinta e borda.
Eu gosto de gente inquieta, gente que (se) questiona sobre tudo, gente que se emociona, que briga, que pede perdão, gente que tá sempre à flor da pele e que há flores em tudo o que vê; que sabe que hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.
Gente que inspira, respira, transpira e às vezes pira, sim – por que não? -, mas que segue o baile e vai ver a banda passar cantando coisas de amor.
Eu gosto de gente que exala vida, que transborda energia, que não passa despercebida; gente que se joga, se permite, se curte e se perdoa; gente que talvez nem seja a ovelha negra da família, mas que certamente was born to be wild.
Gosto de gente que supera, que deixa o passado pra lá, que toca a bola pra frente e já corre pra cabecear pro gol. Gente que é luz, raio, estrela e luar, manhã de sol, iá-iá e iô-iô.
Eu gosto de gente que transita entre o black tie e o jeans rasgado, que se diverte em vários ambientes, que toma banho de sol e canta na chuva.
Gosto de gente que vê filme cult e se diverte com comédia pastelão; que chora e que gargalha com a mesma intensidade e sem um pingo de vergonha. Gente que não tá acima do bem e do mal – e, pra falar a verdade, tá sempre meio lá, meio cá.
Gosto de gente que não se importa se o copo tá meio cheio ou meio vazio, desde que a cerveja esteja gelada e a galera esteja reunida. Gente que saboreia cada momento da vida como se fosse sua última refeição, e sabe que nenhum prato foi feito para se comer frio.
Meu tipo de gente é gente como a gente, gente que se reinventa, gente fina, elegante e sincera, que ri das próprias desgraças, fala palavrão pra caralho e que faz piadas infames no almoço de domingo.
E, principalmente, meu tipo de gente é gente que olha no olho, que liga, que se liga, que se doa, doa a quem doer; que sabe a dor e a delícia de ser o que se é.