Pensamentos crônicos

Gramática: ame-a ou deixe-a?

Escrito por Gabi Coiradas

A norma padrão da língua é tão importante quanto o contexto, é possível utilizar suas ” artimanhas” (ficou bom, revisor?) para envolver o leitor ainda mais. Não é preciso dicotomia (deixa essa, revisor), ame ou deixe. Faça sexo com a Gramática, um bom trato e todos ficam satisfeitos . Juntos, Gramática e comunicação dão é um orgasmo textual.

O revisor de texto, muitas vezes, é um dançarino no fio da navalha: considerar a normativa pura e simples ou ter uma visão mais flexível, até mesmo “descolada”?

Não é uma dicotomia (precisa essa palavra difícil, revisor?) de análise tão fácil como parece. Imediatamente, podemos concluir que se se contratou um revisor, é porque queremos o texto impecável, quase vestido de smoking (não precisa colocar itálico, revisor, todo mundo sabe que é um terno), ninguém quer cometer um erro na festa do seu casamento com as palavras, mesmo sabendo que se casaria tão bem quanto se fosse descalço, na praia, só comunicando.

Mas essa é a essência da profissão, entendemos.As vezes até acho que a balança da justiça serviria com símbolo dos revisores de texto, de tanto que medem a quantidade de Gramática que se deve recomendar em um texto, quase como uma recem-casada a cozinhar seu primeiro feijão – no fundo, ela sabe que se errar, para mais ou para menos, o feijão não será mais feijão. E o texto não será mais texto, com gosto de caldinho de sintaxe e coesão.

A norma padrão da língua é tão importante quanto o contexto, é possível utilizar suas ” artimanhas” (ficou bom, revisor?) para envolver o leitor ainda mais. Não é preciso dicotomia (deixa essa, revisor), ame ou deixe. Faça sexo com a Gramática, um bom trato e todos ficam satisfeitos . Juntos, Gramática e comunicação dão é um orgasmo textual.

Sobre o autor

Gabi Coiradas

Alguém que não sabe escrever bios otimistas, mas que acaba tentando só para não ser xingada.
Formada em Letras, sonha em ser lida, mas tem suas dúvidas se tem algo a dizer. Sua alma é San Diego.
Bellydancer sempre no básico e fotógrafa sem equipamento, é isso mesmo que dá pra imaginar: uma baita de uma salada cultural