Existem momentos em que só desejamos estar confortavelmente alheios a tudo que respira fora de nosso casaco. Uma pequena reclusão preventiva para conservar o último estoque de sanidade – esta sobrevivente teimosa prestes a pegar sua mochila e ir visitar mentes mais preguiçosas.
O mundo externo tem essa predileção por nos envergonhar com extremo sucesso, obrigando nossa paciência a durar mais que uma canção de rock progressivo. Opiniões não solicitadas que chovem como papel picado não reciclável num cotidiano que desconhece a sabedoria de um bom silêncio.
Não somos pugilistas da sociedade, mas acabamos dominando a técnica de se esquivar de pessoas.
Evitamos golpes de soberba, ataques de vaidade e socos de presunção. Um nocaute a qualquer possibilidade de relacionamento.
Não estamos na de ninguém. Só na nossa.