Outro dia, eu estava olhando pro espelho, refletindo, e percebi como o ser humano é cheio de falhas.
A gente tinha tudo pra ser uma espécie desenvolvida, emancipada dos nossos instintos primitivos de ódio e violência.
Mas, a impressão que dá é que, quando estávamos dando alguns pequenos passos na direção certa, escorregamos na nossa própria e verdadeira natureza e voltamos dez casas no jogo da evolução.
Nós não vemos outro ser da nossa espécie como um semelhante, na luta pela igualdade, pela perpetuação ou continuação da espécie. Mas como um rival nessa mesma luta.
Se ele tem, eu tenho que ter. Se ele não tem, eu também tenho que ter para ser melhor. Se eu não tenho e não sei como ter, eu vou tomar o dele para que ele não tenha. Se ele vive, eu não posso viver. Se eu viver, ele tem que morrer.
Em escalas maiores e menores, o ser humano é cínico, ganancioso, fútil e mesquinho.
Sim, claro que temos, tivemos e teremos exceções. Numa amostra de 7 bilhões (e contando) dá pra salvar uns 2 ou 3 (mil?). Talvez menos. Bem menos.
Há quem ainda tenha esperança. Talvez não seja o meu caso. A nossa espécie pode até durar, sobreviver e durar mais algumas dezenas de anos, mas nunca vai merecer.
Pelo menos, não enquanto não olharmos para um espelho e percebemos que “refletir” não é só sinônimo apenas de pensar, mas de olharmos para nós mesmos.