Divã-neando

Escolhas

Escrito por Breno Amaro

Fazer escolhas é um ato de coragem. Para ganhar algo, é preciso perder algo. E esses momentos podem ser verdadeiros divisores de águas na vida.

_ E agora, o que eu faço?

Foi com essa frase que ele começou o dia, foi com essa angústia no peito que ele começou aquela manhã. Mal tinha saído de sua cama quando se deparou com esse questionamento que poderia ser uma das decisões mais importantes de sua vida.

Ele tinha duas opções, cada uma com seus prós e seus contras. Uma escolha poderia levá-lo a um rumo em sua vida, enquanto a outra poderia fazer sua vida tomar um caminho completamente diferente.

Ele sentou, pensou em tudo o que havia vivido até aquele momento, as experiências pelas quais tinha passado, superado e aprendido, lembrou das longas conversas que teve com seu falecido pai, um homem sábio; lembrou dos ensinamentos de sua mãe, uma mulher quieta, mas que sabia passar sempre uma mensagem valiosa para seus filhos. Recordou até de cada professor com quem havia tido aula.

_ E agora, o que eu faço?

A dúvida não saía de sua cabeça. O sol mal nascia e ele precisava tomar uma decisão que podia ser divisora de águas. O que poderia querer para a sua vida? Ele nunca havia sido bom em decisões. Sempre pedia ajuda para amigos e parentes, mas agora estava sozinho, sem opiniões, sem sugestões, sem conselhos.

Estava sozinho no meio de uma ponte metafórica, sem saber para qual lado ir. Estava em uma estação imaginária, sem saber qual trem pegar. Estava à beira de um precipício fictício, sem saber se pulava e aproveitava a adrenalina ou se voltava pra trás em segurança. Estava surfando dentro de uma onda inexistente, sem saber se curtia o tubo ou se voltava pra crista. Estava perdido. Estava sem horizonte.

_ E agora, o que eu faço?

Ele estava atormentado com essa questão. O que fazer? Como resolver? Como solucionar um problema em que cada escolha tem 50% de chances de estar certa se, ao mesmo tempo, também tem 50% de chance de estar errada?

Talvez, nenhuma das duas fosse a correta e a outra a errada, mas apenas uma escolha melhor que a outra. Mas, o quanto cada uma era melhor que a outra? Como uma escolha pode, ao mesmo tempo, se tornar uma renúncia, pois ele queria a primeira opção, sem abrir não da outra… Por outro lado, ele também queria a segunda, mas não se sentia bem desistindo da primeira opção.

_ E agora, o que eu faço?

Ele sabia que era uma decisão urgente. Ele não podia perder tempo, pois isso não era uma opção. Ele precisava urgentemente se decidir entre uma ou outra; entre o que seria melhor para ele e o que ele poderia deixar de lado, sem se crucificar por isso; entre o que, ao final de um longo raciocínio lógico, passional, emocional e filosófico, seria a melhor escolha. E assim ele o fez.

_ Nem manteiga, nem margarina. Hoje eu vou comer pão com requeijão!

Sobre o autor

Breno Amaro

Oi, eu sou o Breno. Carioca, redator, flamenguista, fã de surf, do Philadelphia Eagles e de Cavaleiros do Zodíaco. Faixa preta em Mortal Kombat e bi-campeão do World Series of Pavê 2015-16, comecei a escrever porque nunca aprendi a desenhar. Eu me fantasio de Ryu, de Ivan Drago e de Tigre no carnaval. Uma frase? “Trabalhe com o que ama e você nunca vai precisar trabalhar na vida, porque vai morrer de fome”. Escrevo sobre tudo o que passa na minha cabeça, sobre tudo que acontece na minha vida e, sobretudo, sobre nada. Meu cachorro se chama Bolinho.

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