Hoje vi um meme que, por mais engraçado que pareça, me fez refletir sobre várias coisas. Era mais ou menos assim:
CRIANÇAS CANCELADAS. OS PETS SÃO AS NOVAS CRIANÇAS E AS PLANTAS SÃO OS NOVOS PETS.
Tirando o âue dos adolescentes do Twitter, o tal do cancelamento, o meme exemplifica um movimento que me parece, realmente, cada dia mais real. No número de amigos que sei que não desejam ter filhos, que é quase proporcional ao número de amigos loucos das plantas, vi que essa pode ser mesmo a realidade do futuro da minha bolha. E me vi nessa posição, inclusive.
Eu quero ter filhos, ainda, mas já percebi que a cada ano que passa, adiciono 365 dias a mais para dar esse passo. Não consegui ainda me sentir, realmente, pronta para embarcar no trem da maternidade, que sabemos não ter paradas por um longo período.
Mas a sementinha pet que já brotou em meu coração muitas vezes, e em diferentes espécies, germinou novamente e desde o dia 17 de outubro de 2019 posso ser considerada uma “mãe de pet”.
Não que eu aceite totalmente a alcunha, porque não considero o Linus, o chihuahua que entrou em minha vida, um filho, e sim um companheirinho, do tipo melhor amigo mesmo. Não o chamo de filho como muitas pessoas fazem com seu bichinho de estimação. Mas, na prática, quando apago as luzes no fim do dia e o pego no colo nanando para colocar na caminha, é isso o que ele é. Um bebezinho canino ao qual dedico muito do meu tempo, do meu dinheiro, da minha energia e do meu afeto.
E com a chegada do Linus, a cria humana foi o quê? Mais uma vez adiada. Afinal de contas, temos que esperar esse filhotinho lindo crescer, estar totalmente adaptado à rotina e socializado para poder conviver com uma criança. E se ter todos esses cuidados – que muita gente até considera frescura – não me faz uma “mãe” de pet, o que mais iria fazer?
E ainda pensando sobre isso, descobri um universo totalmente novo quando comecei a passear com o Linus. É o que vou chamar de Planeta dos Cachorros. É no rolê do passeio que é possível entender a essência do meme. Muitos tutores chamam seus cachorros de filhos, vestem roupinhas (vestidos, camisas), fazem tosas diferentes, contam sobre o dia do dog na creche, trocam experiências sobre brincadeiras no apartamento, troca de dentes, consultas no veterinário. Algo que acredito que seja semelhante aos papos no parquinho das crianças.
A somar tudo isso, desenvolvi um grande afeto pelas plantas nos últimos tempos, o que me fez fazer a cara da Nazaré confusa quando vi o meme e refletir sobre isso.
Será que estou destinada a ser mãe de pet, afinal? Veremos o que a vida reservará no próximo capítulo.
Se quiser conhecer o Linus ele tem um Instagram (insira aqui o emoji do macaquinho cobrindo os olhos): https://www.instagram.com/linus_chihuahua/