Ele nunca foi de acreditar em nada.
Religião, astrologia, simpatias e, muito menos, sorte.
Seu ceticismo ferrenho, muitas vezes, era confundido com um pessimismo constante, por não querer acreditar que coisas boas poderiam acontecer se ele realmente acreditasse.
“Se você acreditar bastante, coisas boas vão acontecer”.
Bom, se eu não acreditar, elas também podem acontecer.
“Mas se você não acreditar, elas não vão acontecer”.
Bom, se eu acreditar, elas também podem não acontecer.
As contas de probabilidade e as chances das possibilidades eram sua maior crença.
Matemática, ciência, fatos, dados. Era nisso que ele preferia acreditar.
Até que um dia, numa dessas coincidências que só acontecem em filmes e em crônicas da internet, ele a encontrou.
Não estava combinado. Ele não tinha se programado. Não foi algo calculado.
Estatisticamente, eles são duas pessoas que, juntas, não ocupam nem 2m², num planeta que tem mais de 510 MILHÕES de km².
Mas naquela hora, ele estava no metro quadrado certo.
E ela estava no metro quadrado certo à sua frente.
Como se uma série de eventos tivessem precisado ter acontecido numa ordem certa, de um jeito específico, no momento exato, para que eles estivessem ali ao mesmo tempo.
E quando ela perguntou “Nossa, quais as chances disso acontecer?” ele teve certeza:
– Não sei. Deve ser o destino.
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