Saber se comunicar é um dom inato ao ser humano. Desde que nascemos, nos comunicamos com nossos pais através de olhares, choros, expressões faciais e corporais…
Até que começamos a balbuciar algumas palavras e apontar aquilo que queremos. E daí em diante, ao longo da vida, vamos aprendendo cada vez mais formas de comunicação.
Lá pelos seis anos, estamos começando nossa alfabetização, depois de um tempo somos obrigados a passar pelo vexame de apresentar um trabalho em cartolina em frente à turma toda (ainda se faz isso nas escolas?), e assim vamos aprimorando nossa comunicação verbal e não verbal.
Seguindo essa lógica, parece razoável supor que todo ser humano completamente dotado de suas capacidades mentais está apto a se comunicar de forma clara e assertiva, correto?
Errado.
Por mais letrados que sejamos, por mais que a gente leia, por mais idiomas que a gente saiba falar, nós, enquanto espécie, somos um fracasso em nos comunicarmos.
E assim tem sido desde que o homo sapiens existe. Guerras foram (e continuam sendo) travadas por inúmeros motivos que, no fim das contas, redundam em um só: as pessoas não conseguem se entender.
Mas não são só chefes de Estado reunidos na ONU que enfrentam desafios homéricos para se comunicar. Aqui, no nível micro de nossas vidas, é a mesmíssima batalha, todo santo dia.
A gente fala uma palavra atravessada num momento de raiva. O outro entende outra coisa, pior ainda. E está armada a treta.
A gente fala demais quando está com raiva, escolhe as palavras erradas, usa uma entonação de voz inadequada; ofende, magoa, afasta e perde as pessoas…
A gente fala de menos, quando deveria se impor. Engole o choro, sufoca nossas vontades, e cala as verdades que urgem em ser ditas; e, repetindo este processo indefinidamente, começa a guardar mágoas, cultivar ressentimentos, e o resultado é o mesmo.
Ou, ainda, a gente diz uma coisa sentindo outra. A gente não consegue ser honesto e expor com transparência o que se passa no nosso íntimo. A gente dá voltas, usa eufemismos, metáforas, ironias e todas as outras figuras de linguagem que, fora dos livros de literatura, não cumprem um papel tão benéfico assim.
O fato é que a gente precisa, urgentemente, aprender a se comunicar melhor. Não estou falando de jogar conversa fora. Até porque, se fosse isso, eu seria a melhor comunicadora do mundo, visto que sou campeã internacional de desperdiçar palavras e abusar da verborragia.
Estou falando de conversas verdadeiras e significativas. Refiro-me a verbalizar pensamentos e sentimentos de maneira íntegra; de traduzir nossa mente e nossa alma com honestidade.
Vamos parar de deixar tudo dito pelo não dito, achar que está implícito, que era óbvio.
As coisas que realmente são importantes devem – e merecem – ser verbalizadas.
Respire fundo, escolha bem as palavras, sopese o que é indispensável, dispa-se dos orgulhos bestas e das vaidades infundadas. E verbalize.
Mais uma vez, perfeito !
Muito obrigada!! 😀