Pensamentos crônicos

E o velho Dodô, ali da rua de trás?!

Escrito por Leitor / Leitora

E o velho Dodô, ali da rua de trás?! Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.

Texto enviado pelo leitor Leandro Duarte

E o velho Dodô, ali da rua de trás?!

Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.
Troca ideia e ri com todo mundo que passa, papo de vô, pra quem quer, pra quem não quer também.

E o velho Dodô, ali da rua de trás?!

Sua casinha, invadida, não tem luz, nem água.
Toda noite, faz umas duas viagens com seu carrinho de compras pra buscar água.
Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.
A casa está à venda, mas nunca vi o “dono” (sic… “dono”).

E o velho Dodô, ali da rua de trás?!

Tem dois doguinhos que, vou te falar: latem, mano!
O velho os trata como filhos, em todos os sentidos. As broncas são especiais.
Sai pra passear com um de cada vez, pois eles brigam demais.
O mais velho nem precisa de coleira, mas o menor é o Satanás.

Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.

Tem um radinho de pilha que só toca de tempos em tempos.
Quando tem pilha, toca quase 24 horas até acabar, Antena 1.
Mas pilha é caro, né, mano?, então, na maior parte do tempo, é só latido mesmo.
Já comentei que ele vai buscar água num carrinho de mercado?
Várias viagens por dia.
Também não tem energia na casa dele, não sei se tem fogão.

Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.

Não sei do que vive, nem se tem alguma fonte de grana.
Troca ideia e ri com todo mundo que passa – fome, não passa -, papo de vô, pra quem quer, pra quem não quer também.

E o velho Dodô ali da rua de trás?!

Não para um minuto, o velho.
Só o vejo à noite e aos finais de semana.
Tá sempre de um lado pro outro, na maior resenha.

E o velho Dodô, ali da rua de trás?!

É um fodido e tá sempre de boa.
Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.

Eu não consigo entender como um velho tão daora, nessa porra de mundo de hoje, é um ninguém.

E o velho Dodô, ali da rua de trás?!

Que velhinho firmeza, ele não quer o mal de ninguém.

Troca ideia e ri com todo mundo que passa,

papo de vô, pra quem quer,

pra quem não quer, também.

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Leitor / Leitora

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