Leia ouvindo Sugar – Karmin
Na verdade, esse texto é pra você saber.
Saber quantas vezes interpretamos uma frase de forma errada — pois não foram poucas. Saber quantas vezes a vida afastou quem precisava ficar perto e aproximou quem deveria ficar longe. Mas a lição que devemos aprender com tudo isso, não vou saber.
If you only knew como passei a semana sem entender nada do que aconteceu, e tentando ler pensamentos pra não puxar papo e acabar desabando. If you only knew como palavras desestruturam, me fazem baixar a guarda, pensaria muito antes de ter voltado a falar comigo. If you only knew como sou idiota – na verdade, you know.
Retomar algumas coisas durante a vida é bom pra caramba. A gente volta pra academia, a gente volta a estudar, a gente volta a ver antigos amigos e infelizmente sente mais saudade deles um dia depois de vê-los do que nos anos em que mal nos falamos. Inesperado. É o que isso foi pra mim, e porran, bota inesperado nisso. Sempre me senti uma amiga como qualquer outra, talvez mais parecida com amigos do que amigas, pela liberdade que conquistamos um com o outro enquanto namorávamos outras pessoas.
Posso imaginar coisas e criar expectativa sobre tudo, mas aconteceu uma faísca muito estranha ali. Aconteceu um clima muito diferente dos nossos almoços, em que desabafávamos sobre a vida amorosa e fazíamos piadas sem graça — que só a gente ria e entendia.
Na minha cabeça, era tão bom ter você por perto, que não quis arriscar essa amizade pela faísca, e acabar me afastando porque seria só mais uma na sua lista. Não por ser a sua lista, mas por não conseguir conviver com o fato de gostar de uma pessoa e ser one night stand. Minha cabeça é diferente, ela funciona à base de envolvimento, de perna entrelaçada no domingo a tarde assistindo Alienígenas do Passado. Posso estar errada, mas não é o tipo de relacionamento que você procura, e se acontecesse algo nos seus termos, me fecharia emocionalmente, finalizando tudo em mágoa, e não minha. Mas tua. E me importo com você.
Quando perguntaram se eu gostava de você, admitir foi levar uma facada. Precisei admitir que você me balançou. Que quando conversávamos era estar anestesiada levando socos no estômago. Anestesiada pela gostosa sensação da liberdade de não pensar antes de responder, de não fazer joguinhos de conquista. Bom, eu não fiz.
Mas tua ausência repentina me abalou, e como boa capricorniana que sou, não corro atrás nem do último ônibus da madrugada. Não me apaixono loucamente, mas fico disposta a arriscar quebrar a cara, a investir. Logo percebi que nessa corrida, a vitória pertencia a outra. Outra pessoa que havia te encantado de forma que não fui capaz de fazer. De falar. De agir. Talvez não tenha sido clara, mas isso é passado. Talvez não era esse o objetivo final desse “nós” que nunca existiu (mentira, o nós amigos, sempre teve, pra mim).
Dizem que amor sincero é querer que o outro seja feliz, e eu quero. Talvez ainda não saiba ao certo que tipo de amor seja o meu, mas quero você feliz, sempre. Esse texto serve só pra colocar minha angústia pra fora, pra clarificar coisas que talvez tenham ficado nebulosas da minha parte. Sou sincera mesmo achando que isso pode me fazer mais mal do que bem, mas se você chegou até o final do texto, é um progresso.
Agora, só me dá um tempo pra absorver as coisas, porque mesmo longe quero estar perto e quando perto acho que quero ficar longe. Mas segue o baile. (:
Como diz a música lá em cima: now that we’re cool, we can just chill, we can be friends. The problem with that’s I’ve gotten in over my head, I can’t think about anybody but you, sugar (mas passa, soon).