Hoje eu acordei pensando naquela tal cerveja. Aquela, talvez a única no mundo que ainda não tivéssemos tomado, a última novidade, pelo menos até a próxima semana.
Lembrei das receitas interessantes que você me passava, dos repetidos churrascos e das nossas horas de conversa sobre como nosso grupo era bom e seria capaz de tomar o sistema e dar um jeito nas coisas.
Pensei em como as coisas estariam hoje, e também não tive como não pensar o que seria do dia de hoje, ou do que teríamos feito no final de semana. Na verdade, confesso que não sei dizer se eu estaria aqui onde estou se você ainda estivesse entre nós.
Sigo compartilhando minhas agonias e decisões contigo de maneira quase religiosa, mesmo sabendo que nem sempre tenho minhas respostas, considero cada silêncio como um sinal de que devo pensar um pouco mais sobre o assunto. Quase sempre o resultado é bom, mas a tua companhia faz falta.
Como nada do que sinto mudou, prefiro te escrever hoje. Dia de festa é dia de festa e isso sempre foi sagrado. Uma carta há dez dias atrás faria menos sentido pra quem tinha coração tão grande e sorriso tão largo. Mesmo assim, eu trocaria muita coisa por mais uma tarde de churrasco, papo, conselhos e cerveja. Mesmo que fosse só mais uma.
Onde quer que você esteja, estará pra sempre comigo e com muita gente. Independente do plano ou da interrupção dos nossos planos, seguiremos juntos e seguiremos bem assim. Difícil mesmo é a saudade.
Tá faltando aquela cerveja, tá faltando aquele riso solto e algumas teorias malucas no dia de hoje. Tá faltando você, irmão. Eu queria poder ter escrito essa história com outro rumo, mas a cada dia tenho a certeza de que ninguém escreveu um fim.
Estamos juntos. Obrigado por tudo.
Um beijo.