Pensamentos crônicos

Bora acordar!

Escrito por Bruno Leo Ribeiro

Imagine acordar e viver um dia num mundo analógico. Seria um sonho, não?!

Acordei um dia, peguei meu livro de cabeceira e fui ao banheiro resolver meu ciclo digestivo diário.

Terminei meu serviço, tomei café, lendo um jornal de verdade e logo em seguida fui trabalhar.

Já no ponto de ônibus, comecei a perceber que tinha algo errado.

As pessoas começaram a falar bom dia pra mim.

Na Finlândia? Como isso é possível? O verão já terminou!

Aproveitei o momento e matei um pouco da saudade daquelas amizades que se faz em filas de supermercado no Rio de Janeiro.

Entrei no ônibus e todo mundo conversava.

Estranho mesmo.

Parei para observar o caminho.

Vi uma loja de quadrinhos que nem sabia que existia.

Um café que parecia ser bacana pra voltar mais tarde.

Percebi coisas que nunca havia prestado atenção.

Cheguei no trabalho e fui para uma reunião.

Pela primeira vez, uma reunião que tinha propósito.

Conseguimos decidir o que seria feito.

Sentei à mesa e comecei a planejar o que seria feito.

Lápis, caneta, papel e borracha.

Com a régua, desenhei com precisão os anúncios que seriam feitos.

Usei minha imaginação.

A folha em branco era o convite perfeito para eu criar o que quisesse.

No fim do dia, fui pra casa.

Cheguei em casa e foi um corre-corre só.

Meus filhos vieram correndo me receber na porta.

Deixei minha pasta de trabalho com meus papéis no chão.

Eles abriram a pasta e começaram a brincar com os papéis.

Desenhamos.

Ficamos juntos até a hora de dormir.

Eu estava leve e feliz.

De repende, acordei no susto!

Olhei pro lado e vi ali do meu lado, bonitinho e comportado.

“Ufa! O meu iPhone tá carregando.”

Sobre o autor

Bruno Leo Ribeiro

Diretor de arte por profissão, músico, produtor musical e compositor por teimosia. É host do podcast sobre música Silêncio no Estúdio e já escreveu um romance chamado “Todas as Cores: ascensão e queda de um publicitário”, publicado em 2017. Entre um e outro projeto, cria um novo projeto para ficar ocupado antes de criar um novo projeto. Curioso e dedicado, agora se aventura escrevendo seus deboches, personagens caricatos e suas observações do cotidiano. Mora em Helsinki na Finlândia desde 2011 e diz que seu melhor trabalho, foi a co-produção de dois adoráveis seres humanos.

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