Somos mais de sete bilhões de seres humanos no planeta. Todos, invisíveis.
Somos continentes, nacionalidades, raças, gêneros, estatísticas. Mas, como indivíduos, somos invisíveis.
Somos um número de CPF, uma CNH, um eleitor, um contribuinte.
Somos o vizinho, a pessoa na fila do caixa, o cliente, o leitor.
Cada um de nós, perante o resto do mundo, é o outro; é alguém, é ninguém.
Somos o catador de papelão, a zeladora, o gari. Somos um número de telefone, uma arroba nas redes sociais. Somos um monte de pixels na tela. Somos uma imagem numa foto. Somos porcentagens.
Cada um de nós é só mais um na multidão. Somos desconhecidos. Irrelevantes.
Estamos a cada dia mais expostos, e a cada vez mais indigentes.
A nossa capa de invisibilidade funciona, e protege nossa identidade secreta. Aproveite e use a sua. Seja quem e o que você quiser. Ninguém está vendo mesmo – não de verdade.
[…] em todas as pessoas, os invisíveis, que pedem, mendigam, esmolam, vendem doces ou apenas imploram pela nossa compaixão frente à […]