E o espinafre segue na mão dos moleque,
e os polícia segue largando a porrada.
E isso só acontece se o moleque é preto,
se é pobre ou então se é lá da quebrada.
Mas se o moleque é branco de família influente,
ou então se anda de patinete na Faria Lima.
Esses moleque pode portar espinafre à vontade,
balinhas coloridas, loló e farinha. Não pega nada.
E o espinafre segue na mão dos moleque,
sobe pra mente e não tem flagrante que te pegue.
Infelizmente, estar esperto ainda é necessário,
a guerra às drogas sempre tem como alvo o usuário.
O interesse nunca foi tratar nenhum problema.
Educar é caro e não rende noticiário.
Os donos das hortas vão comer churrasco na casa de campo,
dos coroa que assina as leis lá no Senado.
Amônia, mofo e pelo de rato,
é isso ou você tá ligado que vai pagar bem caro.
Brasília insiste em não discutir o fato.
Enquanto o mundo já reconhece o óbvio.
E quanto dinheiro pra saúde e escola se perde,
enchendo o bolso de traficante no morro.
O espinafre por aqui tá chegando embaçado.
E não vou pagar de hippie boy lá da Paulista,
papo espiritual de limpeza de chacras.
O espinafre segue na mão dos moleque,
pelas motivações mais variadas.
Pra sorrir e esquecer Bolsonaros fascistas.
Pra esquecer que tem a porra dos advogado.
Pra abrir a mente e enxergar novos caminhos.
Pra escrever essas linhas bravo e relaxado.
Pela legalização do espinafre medicinal e recreativo.
