Texto: Antônio de Godoy
Enquanto essa nuvem negra não passa,
fico olhando a praça,
tentando achar alguma graça.
Olhando com muito cuidado, fico encantado com o quanto posso ver
Coisas simples, quase imperceptíveis no dia a dia.
Agora, com a praça vazia
vejo coisas simples, que antes não via.
Não,
a praça está cheia de vida
coisas lindas,
até então alheias aos nossos olhos cegos
pelo ódio, egoísmo, ambição, ignorância da nossa própria existência.
Mas ali tem muita vida
escondida para ser admirada.
Uma pequena abelhinha buscando o néctar
sem reclamar
só buscando o alimento para a colmeia que ela faz parte.
Um canarinho cantando
como se fosse o último da sua vida
ou talvez cantando para sua amada…
só sei que era um lindo canto.
Dois gatinhos brincando,
com suas garras afiadas
mas só pra ver quem era o líder,
sem maldade.
Borboletas dividindo as mesmas flores com as abelhas
cada qual buscando seu próprio alimento
pois sabem que ali tem para todos.
Observei ervas daninhas dividindo o mesmo espaço com a grama.
Observei tantas coisas vivendo em harmonia
Só buscando o necessário para viver.
Cheguei à conclusão de que a natureza é perfeita.
Nós é que estamos no lugar errado.
Está na hora de partir e parar de atrapalhar.
