Amor é prosa Correspondência

Pelos olhos dela

Escrito por Rose Carreiro

Se você visse pelos olhos dela, entenderia por que a voz sai embargada e as lágrimas brotam sem cerimônia, escorrendo pelas maçãs, pingando em gotas que encharcam o colo.

Se você visse pelos olhos dela, enxergaria a luz que você emana, o brilho que te faz diferente dos outros.

Você veria a beleza que seus olhos semicerrados estampam. Conheceria a paz que transmite seu rosto cada vez que você sorri.

Pelos olhos dela, em vez de enfrentar o que você vislumbra diante do espelho, se depararia com um quadro que deveria estar em museus – o retrato mais fiel de um Adonis.

Se você visse pelos olhos dela, identificaria quem você chama de seu maior inimigo como o seu maior amigo: um companheiro.

Se você visse pelos olhos dela, leria nos seus gestos, na sua forma de se expressar e agir a tradução do que ela diz ao te chamar de especial.

Se você visse pelos olhos dela, reconheceria a bondade que você espalha pelo mundo.

Se você visse pelos olhos dela, entenderia o que é ter o peito afundado por tanto querer. Sentiria a corrente que atravessa o corpo numa ansiedade de te ver, de te tocar, de sentir o seu cheiro e o seu gosto.

Se você visse pelos olhos dela, desejo seria seu segundo nome.

Se você visse pelos olhos dela, você seria a pessoa mais segura do mundo. A mais adorável, e adorada.

Se você visse pelos olhos dela, se doaria sem medo. Porque, pelos olhos dela, tudo o que se vê é o amor de uma vida.

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.

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