Você também fica indeciso (a) sobre o que ler ou assistir? Então, chega mais que hoje tem uma dica de ouro! Dia desses, estava rolando as páginas da Amazon procurando um livro novo para começar a ler e me deparei com Daisy Jones & The Six. A crítica era muito boa, a sinopse era interessantíssima, a autora Taylor Jenkins Reid já tinha me fisgado em uma excelente obra anteriormente, e, para completar, a história era sobre música, algo que eu amo. Então, não tive dúvidas e comecei a ler imediatamente. Adoro essas descobertas por acaso que acabam sendo felizes acasos!
Após ler incessantemente vários capítulos, comentei com o mozão que também existia a série (disponível no Amazon Prime Video), e então resolvemos ver. E essa foi a primeira vez que experienciei algo assim: ler o livro e assistir a sua adaptação televisiva ao mesmo tempo.
Mas, vamos por partes.
Livro
O livro é simplesmente viciante. A narrativa toda é em forma de entrevistas, cada pedaço contado por um dos membros da banda (ou pessoas relacionadas a ela), de maneira que a história vai se complementando a partir da perspectiva e das memórias de cada um.
Como se não bastasse, a gente se apaixona pelos personagens logo de cara. Daisy é instigante, impetuosa, rebelde, indomável, furiosa, solitária, talentosa, genial e linda. Tudo ao mesmo tempo. Billy é, na mesma medida, talentoso, virtuoso, cativante, e um líder nato. E ambos são completamente alucinados de drogas.
Ao que conhecemos melhor cada um, queremos ler mais e mais para chegar logo à parte em que eles se conhecem. E é, de fato, um encontro de sair faíscas. Os diálogos são intensos, marcantes, profundos. A tensão no ar é palpável. E o conflito vai além, pois envolve não apenas discordâncias (ou coincidências) criativas, mas também um triângulo amoroso que envolve a esposa de Billy, a adorável Camila.
As contradições e motivações de cada um dos personagens nos evocam sentimentos conflitantes. Esse já é um grande mérito do livro. Nos provocar essas sensações e, de quebra, nos conduzir a reflexões diversas ao abordar, tangencialmente, muitos outros temas importantes para a época.
Série
Aí, se você é desses que acha que o livro é sempre melhor, volte duas casas. A ambientação não poderia ser mais perfeita. Anos 70, talvez uma das melhores décadas em termos de música e moda, aquela vibe de amor e liberdade – e, sim, aquele consumo exageradamente exagerado de todo o tipo de drogas que você pode imaginar. Pegue esse ambiente e adicione os incríveis personagens do livro, acrescente uma cenografia perfeita, uma trilha sonora de arrepiar, figurinos encantadores e atuações de tirar o fôlego. E pronto: você tem uma das séries mais lindas e interessantes do último ano.
É preciso destacar a atuação de Riley Keough, que incorporou Daisy com uma fidedignidade impressionante. Assim, digamos que Daisy realmente existisse, é claro. Mas, apesar de a banda ser fictícia, Taylor se alimenta de muitos personagens reais para a criação da trama. Daisy Jones & The Six tem muitos elementos inspirados na história da banda Fleetwood Mac, cujos membros vivenciaram profundamente o combo sexo-drogas-e-rock-‘n-roll durante a gravação de seu clássico álbum Rumours. Os trejeitos e figurinos da vocalista Stevie Nicks, por exemplo, influenciam bastante a construção da personagem de Daisy.
Façamos justiça também a Sam Claflin (Billy) e o restante do elenco, que incorporaram magistralmente os personagens. Não é qualquer ator ou atriz que consegue viver um verdadeiro rockstar nesse nível de entrega. A atitude, os trejeitos no palco, a energia que passam nos takes musicais é simplesmente o conceito de perfeição. Não dá para dizer algo muito diferente disso.
Bem, o fato é que tanto o livro quanto a série, embora guardem suas diferenças – coisa bastante comum nas adaptações para o cinema e a teledramaturgia -, são experiências completamente fascinantes; ora divergentes, ora complementares. Vale dizer, também, que as músicas que tocam na série foram criadas especialmente para o show, pelo produtor e compositor Blake Mills, com algumas participações especiais, como Phoebe Bridgers, Marcus Mumford (frontman da banda Mumford & Sons), Madison Cunningham e Jackson Browne.
E, se você, assim como eu, quando termina uma série ou livro (neste caso, ambos), se sente meio órfão e querendo um pouco mais, aqui vai um plus: o álbum foi lançado de verdade, e está disponível no Spotify.
E aí, o que você está esperando para emergir nesse universo de amor e música?
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