Você não vai ler isso, tenho certeza. Então eu posso soltar alguns spoilers sobre o nosso Dia dos Namorados.
Não vai ser romântico. Não vai ter flores, não vai ter corações espalhados pela casa, não vai ter lingerie nova. Mas vai ser um domingo, e você sabe como eu gosto de fazer o almoço. Então, vai ter comida boa. Um vinho três estrelas pra mim, uma Coca-Cola gelada pra você. Servidos em taças, porque alguma delicadeza há de ter.
Você diz que nós não somos mais namorados. Também não somos casados. Somos noivos, e moramos juntos. Então, não tem Dia dos Namorados, não tem presente. Mas as suas camisetas da Chico Rei estão a caminho. Claro, não é um presente romântico – você mesmo diz que não somos mais namorados! – mas é um presente necessário. Muitas golas de camisetas estão arregaçadas, e algumas costuras estão se soltando no seu armário. Ademais, é um presente legal, como você.
A gente briga, eu brigo com você, eu desconto minhas decepções, minhas frustrações, minha conta bancária… tudo nos seus ouvidos. E você não é do tipo que discute e depois faz as pazes. Você me oferece um lanche e fica na sua, joga videogame ou assiste a alguma coisa que eu odeio na TV da sala enquanto eu escrevo bobagens ou fico vendo sapatos na Internet. Esse é o seu jeito de não continuar a briga. O meu jeito é, como já disse, escrever as bobagens (que depois eu deleto, mas not today!), falar entre os dentes por alguns momentos e ficar no quarto vendo sapatos na Internet. Porque eu faço isso mesmo, é tão terapêutico quanto ver vídeos de maquiagem no Instagram.
Mas você ainda é meu namorado, aquele eterno. Desculpe-me por “qualquer coisa”, e Feliz Dia, Com Amor. Antecipado, porque afinal, você não vai ler mesmo.